Estudo do Ministério do Planejamento indica que desde o começo do ano o valor que as empresas projetam para investimentos supera o que já foi efetivamente realizado nos últimos 12 meses. As companhias também passaram a esperar um lucro maior do que o registrado no último ano, aponta o levantamento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar do otimismo, os técnicos da área econômica alertam no estudo que os investimentos projetados podem não acontecer caso a confiança na sustentabilidade das contas públicas seja interrompida por um fracasso do governo em aprovar a reforma da Previdência.

Num cenário de não aprovação das mudanças nas regras das aposentadorias e pensões, a queda da taxa Selic para o patamar histórico de 7% e do risco País, que abrem a porta para a recuperação do investimento privado, não se sustentará.

Na avaliação do Planejamento, com esse quadro negativo, ficará claro para os investidores que o teto de gasto, instrumento que limita o crescimento das despesas à variação da inflação, não será sustentável nos próximos, dificultando a interrupção da sequência de déficits nas contas públicas.

No melhor dos cenários, o País terá de conviver com um período de quase uma década com as contas do governo federal no vermelho. Pela pesquisa Focus do Banco Central, o superávit só volta para as contas do governo em 2021. A situação se agrava sem a reforma da Previdência porque as despesas obrigatórias com o pagamento dos benefícios, em trajetória de grande expansão, vão comprimir os demais gastos e colocar o teto em dificuldades.

O levantamento foi feito com base nas empresas do Ibovespa da Bolsa de Valores e faz parte do esforço da equipe econômica em mostrar a necessidade de aprovação da reforma para os parlamentares que estão indecisos. A votação da nova versão do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma está marcada para o dia 18, mas o governo ainda não tem os 308 votos necessários. “Se não houver a reforma da Previdência corre o risco de ter uma reversão do caminho do investimento. Ela é importante para o investimento”, disse Marcos Ferrari, secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.