A empresa de segurança informática Kaspersky Labs, cujo software foi proibido dentro do governo americano em 2017, ajudou um ano antes a agência de espionagem NSA a descobrir uma das maiores falhas de segurança de sua história, informaram nesta quinta-feira (10) meios locais.

Os meios Politico e The Washington Post indicaram que o fabricante de produtos antimalware com sede em Moscou disse à Agência Nacional de Segurança (NSA) que um de seus prestadores de serviço, Harold Martin, o havia contatado através de mensagens criptografadas no Twitter.

As mensagens chegaram a Kaspersky pouco antes de que um grupo de hackers divulgou na internet uma série de ferramentas utilizadas pela agência de inteligência para espionar comunicações e computadores de governos e autoridades estrangeiras.

Depois de que os hackers publicaram a informações, os investigadores da Kaspersky consideraram que havia uma conexão com as mensagens de Martin e comunicaram isso à NSA.

Semanas depois, em agosto de 2016, agentes federais prenderam o prestador de serviços e descobriram que ele havia acumulado em sua casa grande quantidade de informações confidenciais da NSA, códigos e programas informáticos durante mais de duas décadas.

A descoberta foi considerada o maior vazamento de informações confidenciais na história dos Estados Unidos.

Segundo os meios, as mensagens de Twitter foram utilizadas para justificar a ordem emitida para que os investigadores fizessem buscas na casa de Martin.

Meses depois, a NSA decidiu que Kaspersky pode ter contribuído com outro vazamento de suas ferramentas de hacking, e em setembro de 2017 proibiu oficialmente o uso de seu software em computadores envolvidos em operações do governo.

Autoridades dos serviços secretos americanos, entre eles o chefe da NSA, Michael Rogers, sugeriram que Kaspersky tinha estreitos vínculos com a inteligência russa.

A companhia nega a acusação, que representou um duro golpe nos negócios da Kaspersky, que durante duas décadas conseguiu que seu antivírus fosse instalado em centenas de milhões de computadores no mundo todo.