A Ryanair foi criticada por pedir aos viajantes sul-africanos que fizessem um teste de africâner para provar sua nacionalidade antes de embarcar em voos. A companhia aérea de baixo custo está sendo acusada de discriminação racial depois de apresentar aos passageiros um teste no idioma germânico ocidental, que foi imposto aos sul-africanos negros durante o apartheid e é usado apenas por cerca de 12% da população.

A notícia do teste veio à tona no mês passado, depois que um passageiro que viajava de Portugal para Londres revelou no Twitter que havia sido solicitado a completar “um teste de duas páginas em africâner” antes de ser autorizado a embarcar em seu voo.

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A medida provocou fúria entre os sul-africanos, com muitos levando às mídias sociais para criticar a companhia aérea, apontando que a África do Sul tem 11 idiomas oficiais e muitos nacionais não falam africâner. O analista de aviação independente Alex Macheras descreveu a decisão como “categoricamente insana e discriminatória”.

Desde então, a Ryanair divulgou um comunicado declarando que o teste, composto por questões relacionadas ao conhecimento geral sul-africano, foi emitido como resposta à “alta prevalência” de passaportes sul-africanos falsificados.

“Para minimizar o risco de uso de passaporte falso, a Ryanair exige que os passageiros com passaporte sul-africano preencham um questionário simples na língua africâner”, diz o comunicado. “Se eles não puderem preencher este questionário, eles serão impedidos de viajar e receberão um reembolso total.

“As companhias aéreas que operam para o Reino Unido enfrentam multas do Ministério do Interior de £ 2.000 (cerca de R$ 12.200) por passageiro para quem viajar ilegalmente para o Reino Unido com passaporte/visto fraudulento”.

O Alto Comissariado do Reino Unido na África do Sul também respondeu, apontando que o questionário “não é uma exigência do governo do Reino Unido”. O africâner é a terceira língua mais falada na África do Sul depois do zulu e do xhosa.