A menor distância entre a Cidade do Panamá e Istambul é de 10.845 km, normalmente percorridos em 13 horas de viajem, que sai do Caribe, atravessa o atlântico, chega no sul da França, norte da Itália para então chegar no país divido entre Europa e Ásia. Porém o voo 800 da Turkish Airlines desafiou a lógica e percorreu 12.155 km, passando pela costa leste americana, Noruega, Polônia e Romênia para então chegar em Istambul. E não, não houve atrasos no voo.

O fato aconteceu por conta de fortes correntes de ventos norte que passava pelo atlântico na hora do voo, que fez com que a rota fosse alterada. Mas diferente da conclusão lógica de que quanto mais terra percorrida, maior o tempo da viagem, as condições climáticas fizeram com que a nova rota adicionasse apenas 11 minutos no tempo de voo estimado – tempo que para parâmetros da aviação, é considerado sem atraso.

Antes de sair do chão, todo voo roda uma simulação da rota baseado em dados climáticos do momento. Na projeção feita para o Airbus 330 da Turkish Airlines, foi constatado que na hora do voo haveria uma forte corrente de ar subindo para o mar de labrador. Antes de entrar na rota da corrente, o avião estava na velocidade de cruzeiro de 869 km/h, porém ao entrar na corrente de ar, a velocidade aumentou, atingindo pico de 1.126 km/h sem precisar gastar uma gota a mais de combustível.

A simulação de rota é feita para calcular os trajetos mais baratos, então é comum a mudança de rotas para aproveitar ventos que aumentam a velocidade da aeronave sem a necessidade de maior gasto energético por conta disso. Neste ano, um voo da Norwegian Air quebrou o recorde de avião comercial não-supersônica a fazer a travessia do atlântico mais rapidamente, cobrindo a rota Nova York – Londres em 5 horas e 13 minutos graças a correntes de ar favoráveis.