Até ao final a última segunda-feira, 8, foram vacinadas quase 8,5 milhões de pessoas, no Brasil, contra a infeção provocada pelo vírus SARS-CoV-2. Contudo, nem 3 milhões receberam a segunda dose da vacina.

Com cerca de 4% da população vacinada – ainda está muito longe da eventual imunidade de grupo – é cedo para aliviar cuidados porque existe o risco de alguém já inoculado transmitir o vírus.

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A maior parte das vacinas treina o sistema imunitário para impedir que um vírus se replique ao ponto de causar doença, mas não evita totalmente a infeção, apesar de a tornar inconsequente.

Por isso, é seguro assumir que as vacinas contra o SARS-CoV-2 não irão diminuir a infeção em 100%. Por outro lado, é evidente que a contagiosidade das pessoas imunizadas será reduzida, o que falta descobrir é em que medida.

As novas variantes do SARS-CoV-2, por exemplo, podem diminuir a eficácia de algumas vacinas e contribuir para uma maior infecciosidade das pessoas inoculadas.

Os ensaios clínicos das vacinas focaram na prevenção de doença grave e, claro, da morte, o que está muito associado ao seu impacto nos pulmões. Já no que diz respeito à transmissão, ela está ligada à presença do vírus no nariz e na garganta do infetado.

Com a ajuda da vacina, o sistema imunológico deverá ser capaz de eliminar o vírus pouco tempo depois da sua entrada no organismo, diminuindo a sua presença no nariz e na garganta, o que reduzirá significativamente a possibilidade de o vacinado infetar alguém.

Israel, que já deu a primeira dose da vacina a metade da população, monitorizou os contactos de 600 mil pessoas imunizadas e registou uma queda de 46% nas infeções após a primeira toma e de 92% após a segunda.

O próximo passo na pesquisa será acompanhar as pessoas imunizadas que foram infetadas e monitorizar os seus contactos para compreender a disseminação do vírus nestas circunstâncias.

De acordo com o The New York Times, o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos prepara-se para divulgar recomendações sobre “pequenos encontros entre pessoas vacinadas”, nos quais deverá ser permitido o alívio das restrições, mas apenas nos casos em que todas os presentes já tenham sido inoculados.

No entanto, perante tanta incerteza, enquanto o vírus estiver circulando na sociedade e houver uma percentagem tão baixa da população imunizada, é essencial que as pessoas vacinadas continuem a manter todos os cuidados. Por elas e pelos outros.