O esporte paralímpico é extraordinário por uma série de motivos. O primeiro deles diz respeito à inclusão de atletas, que encontram nas competições um caminho para superar adversidades. Também é preciso destacar o valor intrínseco a qualquer disputa esportiva, como conquistar títulos e medalhas, quebrar recordes, vencer um rival. A terceira razão nem sempre é percebida: a notável tecnologia de equipamentos e componentes. Melhor ainda: muitas das inovações que surgem nas provas paralímpicas são transferidas para a sociedade, beneficiando milhões de pessoas.

Desde a primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em Roma-1960, a inovação tem sido um fator essencial para o desempenho dos atletas. Das próteses às cadeiras de corrida, das handbikes às cadeiras de rodas, os equipamentos utilizados pelos competidores provocaram uma verdadeira revolução (leia quadro ao final da reportagem). “E isso é apenas o começo”, diz Robert Rienier, chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Saúde da ETH, universidade da Suíça que lidera pesquisas sobre o assunto. “Com a evolução dos materiais e o surgimento de empresas que investem em inovações, os paralímpicos serão cada vez mais rápidos e mais fortes.”

As próteses são um exemplo da impressionante evolução. Até o fim da década de 70, elas eram de madeira. Depois, veio o sistema modular, que dividiu os modelos em peças separadas e ajustáveis ao perfil dos atletas. O plástico foi protagonista nesse processo. Graças a ele, as próteses se tornaram mais baratas, leves e flexíveis, oferecendo maior mobilidade a atletas amputados. Além disso, o plástico é capaz de se integrar a qualquer tipo de material, o que provocou uma revolução na comunidade esportiva. A partir dos anos 2000, ele se juntou a materiais como fibra de carbono, aço e titânio e passou a ser aplicado na produção de handbikes e cadeiras de roda para rúgbi e basquete.

Outra vantagem do plástico é sua aplicação prática, já que está presente na composição das próteses, tornando-as assim mais leves e confortáveis. A Braskem é patrocinadora do Comitê Paralímpico Brasileiro desde 2015.


Equipamentos melhores impulsionam Paralimpíadas de Inverno

A partir do próximo mês será possível observar como a evolução dos equipamentos contribuiu para a inclusão de atletas com variados tipos de deficiência. Entre 9 e 18 de março acontece a 12a edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno 2018, na cidade de PyeongChang, na Coreia do Sul. Serão seis modalidades e oitenta provas diferentes em disputa. Entre elas, o esqui alpino, praticado até mesmo por atletas biamputados. Isso só foi possível após o surgimento de próteses flexíveis, feitas de plástico e fibra de carbono, que permitem ao competidor realizar os movimentos radicais do esporte. O snowboard adaptado, que também faz parte dos Jogos Paralímpicos de Inverno, exige ainda mais agilidade. Nesse caso, próteses com articulações oferecem aos atletas a possibilidade de realizar manobras espetaculares na neve.