Se há algo óbvio a ser explorado pelas marcas brasileiras é a tal “brasilidade”. Algumas das marcas nascem com esse DNA e se aproveitam da “alegria e ousadia” para crescer. No entanto, para outras, o jogo é mais complicado. É o caso da Smiles, uma empresa que passou anos embaixo das asas da Gol e que precisou ir a público para deixar o ninho. Porém, a brasilidade não foi suficiente para ela alcançasse elevadas altitudes.

Presentes na premiação BrandZ – Top 60 Marcas Mais Valiosas do Brasil 2018, Loraine Ricino, diretora de marketing da Smiles, e André Galiano, diretor da Kantar Consulting, exploraram o caso da empresa de fidelidade para provar que é possível romper com o óbvio.

Segundo Loraine Ricino, uma das estratégias para chegar à posição de 24ª marca mais valiosa do País, está na maneira como a empresa trabalha seu propósito. “Queremos ser uma plataforma completa para qualquer pessoa que queira viajar? Então precisamos começar a construir todo um planejamento estratégico em cima disso”, diz.

Essa estratégia deve atingir até as áreas mais profundas da empresa. Foi isso que levou a diretoria a determinar que a Smiles precisaria lançar um novo produto ou um novo serviço a cada trimestre. “Isso nos leva a crer que somos mais do que um programa de fidelidade, mas uma empresa de tecnologia”, diz a executiva.

Agora, o foco da empresa para conseguir extrapolar de vez essa relação viagem, Brasil e alegria, a Smiles vai focar na educação de seus consumidores. “Em junho lançaremos uma plataforma de diálogo, para explicar o que é um programa de fidelidade. Elas até podem entender melhor o que fazemos e ir para um concorrente. Mas quando você ensina seus cliente, eles fidelizam”, conclui Ricino.

André Galiano, diretor da Kantar Consulting, concorda. “Em uma categoria complexa como a da Smiles é difícil desenvolver a marca. Há esse desafio próprio da categoria. O de explicar qual a vantagem de uma marca contra a outra. Ensinar é uma oportunidade”, afirma.