AO ESCOLHER UM PLANO de previdência, antes de decidir qual será sua exposição à renda variável, a primeira decisão que se toma é selecionar qual será o tipo de plano. Dois são mais indicados para pessoas físicas que não contam com um programa empresarial de previdência e querem complementar a aposentadoria oferecida pelo INSS, que não passa de R$ 3.038 mensais. São o VGBL e o PGBL. O primeiro, sigla para Vida Gerador de Benefício Livre, é o mais utilizado. É indicado para profissionais autônomos cujo imposto não é tributado na fonte. Também é aconselhado para os que fazem declaração de IR simplificada e desejam aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Nesse tipo de plano, não é possível fazer dedução no Imposto de Renda. No entanto, o Leão só dará sua mordida no montante no momento em que você resgatar o benefício. Já no PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) a retenção de IR de 15% é direto na fonte. Há também a possibilidade de uma tributação regressiva cuja porcentagem varia de acordo com o tempo em que o dinheiro fica acumulado na instituição.

Mas o que fazer quando sua empresa já possui um pacote fechado de previdência? Seria interessante complementá- lo com algum desenhado por uma instituição financeira? Geraldo Magela, diretor da Mercer Seguradora, acredita que esta não é a melhor solução. “Os produtos empresariais são mais baratos, há menos taxas e melhores condições para a aplicação. Além disso, a companhia faz o depósito previdenciário, que varia de 5% a 7% do valor do salário do funcionário”, afirma. Turbinar a própria previdência, só se os objetivos particulares não forem atendidos pelo que se tem. “Se o investidor não encontrar flexibilidade no plano da empresa, é melhor então contratar um plano de pessoa física. Manter dois planos não é a saída mais interessante”, diz.

Escolhida a modalidade de investimento, pondere quanto seu plano estará exposto à renda variável. Apesar do mercado incerto, Renato Terzi, diretor de Varejo do HSBC Seguros, afirma que os investidores não estão tão amedrontados assim. “Continuamos tendo 80% dos novos contratos com renda variável”, diz o diretor. Recentemente, o HSBC lançou seu primeiro produto com 49% da composição da carteira em renda variável. “Não é um plano de ações. É um plano de renda vitalícia”, afirma. Terzi acredita que os investidores estão mais maduros com a crise, e sabem o que podem arriscar. (A.C.C.)