No início de agosto, o Copom derrubou a taxa básica de juros (Selic) para 2%, chegando ao patamar mais baixo da história, com o objetivo de incentivar o mercado de consumo. Se, por um lado, o custo do crédito diminuiu e as pessoas possuem mais capacidade de compra, por outro, os investidores se veem cada vez mais obrigados a diversificarem seus investimentos e saírem da renda fixa.

Dados da B3 já apontam tal cenário como uma realidade. Hoje existem cerca de 3 milhões de investidores inscritos na Bolsa, ou seja, um aumento de 68% em relação ao início de 2019.

Apesar do vertiginoso crescimento, muita gente ainda continua com o patrimônio parado na conta ou aplicado em títulos que rendem migalhas. Já aqueles investidores mais informados e que costumam aplicar em fundos multimercados também perceberam que a maior parte de seus investimentos estavam em títulos públicos e, agora, objetivando a diversificação, pagam 20% dos seus lucros para quem conseguir entregar mais de 0,17% a.m. (taxa CDI mensalizada). Ou seja: se o gestor entregar mais de R$ 17 a cada R$ 10 mil reais investidos, ele fica com 20%, além dos 2% já cobrados. Obviamente, esse fundo tende a não valer mais a pena.

Porém, antes de apresentar uma solução ao problema, vamos entender como a redução da taxa afeta seus investimentos. Já que a renda fixa sofre grandes impactos com a redução de juros, a alternativa mais comum a ser analisada passa a ser a renda variável. Como as ações da B3 são escolhas preferenciais, é legítimo notar que os investidores irão naturalmente para a Bolsa e, por ser um mercado precificado por oferta e demanda, os preços naturalmente tendem a subir possibilitando ganhos especulativos.

Ou seja, quando a demanda é grande, maior é a vontade de comprar uma determinada ação. Assim, o detentor atual das ações percebe esse movimento e opta por segurar esse ativo ou vendê-lo mais caro. Uma comparação fácil desse movimento pode ser explicada pelo preço que estamos pagando por alguns itens no supermercado durante a pandemia.

Além do movimento natural e especulativo dos preços das ações, a queda nos juros acontece com o objetivo de estimular a economia. Com juros baixos, a oferta de crédito melhora e o consumidor passa a ter mais possibilidade de consumo, principalmente nas compras a prazo. Se as pessoas gastam mais suas economias, toda a cadeia de consumo é movimentada. Isso significa que as empresas terão maiores receitas, poderão produzir e investir mais, potencializando seu lucro e crescimento. Lucro que irá para o bolso do investidor acionista.

Esse fluxo naturalmente é percebido no mercado financeiro. Tanto que cresce a cada dia o número de “gurus” e casas de análises com o discurso positivos sobre a rentabilidade que determinadas ações podem oferecer.

Antes de cair na tentação desses discursos, a recomendação mais plausível para quem está dando seus primeiros passos em investimentos de renda variável é manter-se bem informado. Outra dica: o tempo em que se informa é tão importante quanto a própria informação. De nada adianta receber a informação de que uma empresa vai continuar crescendo depois de uma boa temporada. Vamos lá…

Suponha que a ação ACAO4 paga 4% de dividendos – o dobro da Selic a 2% – quando o custo da ação está a R$ 5 (seu dividendo, portanto, é de R$ 0,20 por ação). O investidor recebe a informação de que o ativo vai subir naquele dia. Entretanto, por conta do trabalho, não conseguiu fazer a operação de compra e no dia seguinte verificou que a ação já estava em R$ 8,00. Com aumento do preço, o investidor terá menos ações no portfólio e os dividendos irão apresentar rentabilidade próxima de 2,5% ao ano. Pouca diferença sobre a renda fixa para correr risco de perdas, certo? Sem dúvida.

Por causa desse tipo de cenário – bastante comum no dia a dia – uma solução simplista não é necessária para atender os objetivos da maioria dos novos investidores. Da mesma forma, acreditar piamente nos “gurus do mercado” é um risco que deve estar no horizonte.

Hoje com o mundo cada vez mais ágil, é necessário que as pessoas encontrem uma solução que possibilite embarcar em renda variável, conhecimento de mercado, velocidade e robustez operacional, por um preço competitivo e que gere rentabilidade. As casas de análises automatizadas são mais uma opção que o investidor tem hoje, além de corretoras e bancos, que têm equipes de analistas credenciados e autorizados pelos reguladores para ajudar o investidor. Essas casas garantem que seus especialistas estão comprometidos a operacionalizar para o investidor, por meio da tecnologia, além de gerar as análises sobre a Bolsa.

*   Felipe Cavalcante é sócio-fundador e CPO da TradeMachine, fintech que disponibiliza investimentos em renda variável a partir de estratégias automatizadas indicadas pelos seus algoritmos.