O Google pegou todo o mundo de surpresa ao anunciar o rompimento com a Huawei, a maior produtora de smartphones da China e segunda no ranking mundial, após o presidente Donald Trump incluir a empresa em uma lista de ameaças à segurança dos EUA. Em suma, a decisão impactará diretamente na atualização e uso do sistema Android – incluindo Gmail, YouTube e Google Maps -, aos milhões de usuários dos aparelhos da empresa chinesa em todo o mundo.

Segundo analistas, ainda não é possível prever uma extensão dos danos aos usuários da Huawei. Por enquanto ainda é possível atualizar os aplicativos e ter acesso a Google Play normalmente, porém, é possível que os usuários da Huawei não tenham acesso ao novo sistema Android, previsto para ser lançado ainda neste ano.

O sistema Android é o mais usado no mundo e está presente em 80% dos smartphones. Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (20), executivos da Huawei afirmaram que já aguardavam por alguma reação do tipo e anunciaram o desenvolvimento de um sistema operacional próprio. A empresa ainda afirmou que manterá todas as atualizações de segurança aos usuários.

A Huawei retornou ao mercado brasileiro na última semana com os modelos P30 Lite (R$ 2,5 mil) e P30 Pro (R$ 5,5 mil), que fazem concorrência direta com os lançamentos da Samsung e Apple. A empresa chinesa tentou entrar no mercado em 2013, mas encontrou dificuldades com a alta do dólar e a falta de conhecimento do consumidor local. Desde então a companhia atua no País apenas na área de infraestrutura com a venda de equipamentos para telecomunicação.

A medida também terá impacto direto no mercado financeiro e nas ambições da Huawei em ultrapassar a Samsung e se tornar líder do comércio global de smartphones. Há meses a empresa é alvo de críticas e acusações dos EUA de espionagem para o governo da China. A pressão causou a proibição do uso de 5G da Huawei por diversos países. Em defesa, a companhia afirma ser independente do governo chinês.