São Paulo, 6 – O cacau não está imune aos efeitos do coronavírus, de acordo com avaliação do banco alemão Commerzbank. Em relatório, analistas afirmam que a queda nos preços da commodity no mercado internacional pode estar sendo influenciada pelo temor de que a epidemia afete a demanda na Europa, região responsável por cerca de 35% do consumo global. Além do surto da doença, o aumento dos preços do cacau para os consumidores finais também pode pesar sobre a demanda.

De acordo com o banco, no início da semana, um grande produtor de chocolates anunciou que o custo adicional de US$ 400 por tonelada cobrado sobre o produto da Costa do Marfim e de Gana, a partir de outubro, será embutido no valor do chocolate.

Os países africanos são os dois maiores produtores de cacau do mundo, representando juntos cerca de 60% do suprimento mundial. Nesse caso, o Commerzbank acredita que a substituição por fornecedores alternativos não é a melhor opção, principalmente porque o aumento do consumo no Equador, Camarões, Nigéria ou Indonésia também deve impulsionar os preços.

O mercado tem expectativa de pequeno déficit na oferta global da commodity na safra atual. No entanto, se a demanda for enfraquecida de fato, o déficit pode se transformar em um superávit, apontam analistas do Commerzbank.