SÃO PAULO (Reuters) – Um Comitê de Pessoas da estatal Petrobras que avalia indicados a posições na companhia manifestou-se de forma inicialmente contrária a dois nomes sugeridos para o conselho de administração, segundo documento divulgado pela empresa durante o final de semana.

Ao citar ligações entre os candidatos e empresas que possuem contratos com a Petrobras, o comitê não reconheceu o cumprimento de todos requisitos previstos em lei e políticas internas por Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros e Marcio Andrade Weber.

A Petrobras terá assembleia de acionistas nesta segunda-feira para eleger o conselho de administração. O comitê de pessoas se reuniu na última quinta-feira e divulgou suas conclusões no sábado.

Weber, indicado pelo governo, era até agosto passado diretor da Petroserv, fornecedora e operadora de sondas da Petrobras, enquanto Galvão, nome de acionistas minoritários incluindo Navi Capital e AZ Quest, era até dezembro diretor do Citibank responsável pela abertura e subsequente pulverização do capital da BR Distribuidora.

Em sua análise, o comitê lembrou que a lei das estatais prevê quarentena de três anos antes da possível contratação para cargos no conselho de pessoas vinculadas a partidos políticos ou prestadores de serviços das companhias públicas.

O grupo destacou, no entanto, que o órgão regulador SEST já teria apontado após consultas anteriores que candidatos ao colegiado podem ser eleitos mesmo com essas restrições, desde que aprovados pela asssembleia de acionistas.

Assim, caberá à assembleia de acionistas analisar se Weber e Galvão podem ser nomeados a posições no conselho “no interesse da companhia”, definiu o comitê.

O comitê interno analisou 11 indicações ao conselho, incluindo nomes do governo e de acionistas minoritários, assim como indicados ao conselho fiscal.

(Por Luciano Costa)

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