Uma controversa indicada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, superou uma importante etapa para buscar a confirmação de seu nome para o conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O Comitê Bancário do Senado americano aprovou o nome de Judy Shelton, assessora econômica da campanha presidencial de Trump em 2016, para o conselho do Fed, com o apoio do Partido Republicano, mesmo diante de objeções do Partido Democrata.

Agora, Shelton depende do aval em votação do pleno do Senado. O Comitê Bancário do Senado também votou para avançar com a nomeação do diretor de pesquisas do Fed de St. Louis, Christopher Waller, para preencher a vaga disponível no conselho de sete membros do Fed em Washington, e ele também dependerá do voto de todo o Senado agora.

O conselho do Fed tem tido papel importante no combate à recessão provocada pela pandemia. O mais abrangente Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que inclui os diretores e mais cinco presidentes de distritais do Fed, vota nas decisões de política monetária. Mas é o conselho que decide sobre os programas de empréstimo emergencial que o Fed criou para emprestar a companhias, Estados e cidades desde o início da crise.

Shelton tem sido uma defensora há tempos da volta do padrão ouro, que limitaria a capacidade do Fed de influenciar a inflação e o emprego, e admite que suas visões estão fora do mainstream da economia atual. Ela também apoiava os pedidos de Trump por juros mais baixos, após ter criticado anteriormente o BC por considerar que ele havia mantido os juros muito baixos durante o governo do ex-presidente Barack Obama.

Após a audiência de confirmação dela no Comitê Bancário em fevereiro, três senadores republicanos – Pat Toomey, Richard Shelby e John Kennedy – haviam expressado dúvidas sobre se Shelton tinha condições de ocupar o posto.