A instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO), agendada para esta terça-feira, 29, foi adiada após uma confusão entre líderes do Congresso e uma disputa por espaço entre partidos. O colegiado é responsável por definir o destino das verbas federais para o próximo ano. Diante do impasse, a reunião ficou para a próxima semana.

O “Centrão” da Câmara, aliado ao presidente Jair Bolsonaro, reagiu à designação dos membros feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O bloco afirma que foi desprestigiado e que tem direito a uma vaga a mais para o PSC e outra para o PROS. Essas vagas, pelo desenho feito por Alcolumbre, ficaram com DEM e PCdoB, aliados ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A comissão é formada por 40 membros titulares, entre deputados e senadores. Parlamentares questionam se a configuração precisa respeitar o tamanho das bancadas atual ou do início da legislatura.

Além das cadeiras, a presidência da CMO também é tema de disputa. O PP, com 40 deputados e maior partido do “Centrão”, reivindica a presidência da comissão, prometida por Alcolumbre ao deputado Elmar Nascimento (DEM-BA). Um nome cogitado para a vaga é a deputada Flávia Arruda (PL-DF).

Na manhã desta terça-feira, 29, Alcolumbre foi até à sala da comissão para a reunião, mas se viu enquadrado por líderes do Centrão diante da designação dos membros. Aliados do amapaense, por outro lado, manifestaram irritação com o líder do PP em função da disputa. Além da CMO, esses partidos também se dividem sobre a sucessão das presidências da Câmara e do Senado em 2021.

“Essa comissão só funciona acordada ou ela não funciona. Então é importante que ela funcione bem pelos temas que vai tratar, principalmente o orçamento”, afirmou Arthur Lira em entrevista coletiva. Questionado, Alcolumbre afirmou que a comissão será instalada na próxima semana e que tentará um acordo até lá. Com as duas vagas para PSC e PROS, de acordo com ele, será possível manter a negociação para a eleição de Elmar Nascimento.