A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu em reunião realizada nesta segunda-feira, 27, pedir esclarecimentos ao presidente da EBC, Laerte Rimoli, por supostas postagens em redes sociais ironizando a atriz Taís Araujo, que fez declarações de que ela e sua família sofriam preconceito.

“A comissão examinou a partir de uma denúncia apresentada as supostas postagens em redes sociais feitas pelo presidente da EBC. São publicações que dizem respeito – em tom jocoso – a uma entrevista da atriz Taís Araújo, narrando vicissitudes que ela e sua família atravessam”, afirmou o presidente da Comissão Mauro Menezes.

Segundo Menezes, como consta no código de ética do servidor público civil, a “observância do decoro é um imperativo dentro e fora das instituições”. Para o presidente da Comissão, mesmo que as postagens tenham ocorrido fora das atividades elas podem terminar por afetar a imagem da administração pública. “Sem fazer juízo antecipado, abrimos procedimento para investigar a sua conduta e ele terá dez dias para prestar esclarecimentos”, explicou. O prazo começa a contar amanhã.

Procurado, Laerte Rimoli reconheceu ao jornal “O Estado de S. Paulo” que cometeu um erro e que já pediu desculpas à atriz. “Admito que cometi o pecado de compartilhar um meme de mau gosto em meu perfil pessoal e, por esse erro, me retratei publicamente no mesmo espaço”, disse. “Voltei às redes sociais para pedir desculpas à atriz Taís Araújo e à sua família, por ter compartilhado um post inadequado em minha timeline.”

Direitos humanos

A Comissão também avaliou o caso da ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, que cobrou R$ 10 mil do governo federal por uma viagem de cinco dias a Israel, em julho, que foi custeada pela Confederação Israelita do Brasil e decidiu abrir investigação contra a tucana. O caso foi revelado pelo Portal R7.

Segundo Menezes, a Comissão quer ouvir explicações da ministra sobre o suposto pedido de diárias de forma irregular. “Queremos ouvir a ministra para que ela possa de público restaurar as informações devidas”, disse.

Em nota, a assessoria de imprensa da ministra afirmou que ela tomou conhecimento da abertura de apuração junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, mas ainda aguarda notificação oficial “e vai cooperar com o processo de apuração, conforme prevê a legislação”.