São Paulo, 28 – A exportadora de café Comexim estima que a safra brasileira de café 2020/2021, cuja colheita se inicia entre abril e maio, deve atingir recorde de 67,7 milhões de sacas de 60 kg. Desse total, 48,25 milhões de sacas serão de arábica, novo recorde (apenas 250 mil sacas a mais do que 2018/2019). Já a produção de conilon também deve ser recorde de 19,45 milhões de sacas (650 mil sacas a mais que 2019/2020).

A safra 2020/21 é de bienalidade positiva (o café arábica alterna ano de safra cheia com outra menor) e é 5% maior em comparação com a safra 2018/19, que foi de 64,5 milhões de sacas. Para a safra 2019/20, a Comexim projeta produção de 56,8 milhões de sacas.

O diretor da Comexim, Rodrigo Costa, pondera em relatório que, supondo pequenas mudanças de produção fora do Brasil, maior produtor mundial, a estimativa de 67,7 milhões de sacas para 2020/21 deve proporcionar um excedente global de apenas 3,5 milhões de sacas. “Nosso número não deve ser lido como baixista, muito pelo contrário, já que em 2021/22 a maior origem, o Brasil, terá um ciclo bienal negativo.”

Conforme Costa, o consumo mundial cresce a 2% ao ano (166,5 milhões de sacas, conforme a Comexim), gerando uma necessidade de produção de cerca de 3 milhões de sacas a cada ano. No entanto, os baixos preços não incentivam um aumento da safra nos países produtores, além da questão de depreciação das moedas locais em relação ao dólar.

O diretor salienta, ainda, que é preciso monitorar o clima nas regiões produtoras brasileiras. “A continuação das chuvas e o clima ideal no próximo mês afetarão o rendimento final, pois os cafezais estão em fase de enchimento dos grãos”.