O comércio de carros na China retraiu 14% em fevereiro, o oitavo mês consecutivo de queda no principal mercado do setor, informou a Associação de Fabricantes de Automóveis do país. De acordo com a entidade, foram vendidas 1,48 milhão de unidades a menos no último mês em comparação ao mesmo período de 2018.

“A tendência sentida no ano passado teve continuidade neste ano, e a situação econômica está mais fraca. Os consumidores também estão esperando por ações do governo”, afirmou o vice-secretário-geral da associação, Shi Jianhua, a jornalistas em uma entrevista coletiva.

A China está dando fortes sinais de desaceleração desde o segundo semestre de 2018, com a diminuição de uma série de índices. De acordo com analistas, o comércio de carros é um importante sinal da força econômica do país e da confiança na melhoria do quadro. O governo chinês já anunciou uma série de pacotes e medidas para reaquecer o movimento econômico, porém, até agora, sem muitos efeitos práticos.

A China se tornou o maior mercado de carros na última década na esteira do crescimento constante da sua economia. Nos últimos meses, uma série de fatores, principalmente a guerra comercial com os Estados Unidos, tem colocado esse ritmo de alta em xeque. O declínio do mercado automotivo teve início em julho de 2018, justamente o início das tensões entre as duas potências.

Em nota, o Citi afirmou que as manobras do governo chinês para contornar a situação, com destaque a política de redução de impostos, podem demorar para surgir efeito. Até lá, os sinais apontam para a manutenção ou agravo do comércio de carros no país asiático.