Desde que foi cunhado pelo Pacto Global da ONU e pelo Banco Mundial no relatório Who Cares Wins em 2005, o acrônimo ESG – que corresponde às boas práticas ambientais, sociais e de governança – vem ganhando força. Um dos grandes gatilhos para o fortalecimento dos princípios foi dado depois que analistas do mercado financeiro passaram a enxergar riscos de negócios atrelados às empresas que não consideram os impactos dos três pilares em suas decisões estratégicas.

O interesse é tanto que a Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) estima que os investimentos sustentáveis já movimentem US$ 31 trilhões por ano no mundo. Eis o motivo para que empresas estejam tão aflitas para demonstrar que estão em conformidade. A questão é que muitas não sabem nem por onde começar. “Cada empresa possui um nível de amadurecimento”, disse Andoni Hernandez Bendoa, sócio da Demarest Advogados.

Relatório publicado pelo escritório mostra que o primeiro passo vem pelo básico: se você não sabe como fazer, contrate pessoas que saibam e treine seus funcionários. Nessa hora não adianta relegar a função para o time de marketing ou de comunicação sem experiência no assunto. Se assim for, o risco de a empresa cometer greenwashing e ser punida pelo mercado é real. “Aspectos ESG são cada vez mais usados para avaliar a solidez financeira de fundos e empresas”, disse Bendoa.

Com a maior maior conexão da agenda a condições de oferta de crédito, quem pensa que ESG é somente custo corre o risco de pagar uma conta muito mais cara. E o preço não virá somente em reputação, mas sim na hora de captar dinheiro e conquistar mercado.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1227 da Revista Dinheiro)