Começou às 10h06 desta terça-feira, 5, a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira, 6, eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,75% ao ano.

Considerando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa majoritária do mercado financeiro é de que a Selic passará por corte de 0,50 ponto porcentual. Se confirmada, esta será a sétima redução consecutiva no atual ciclo de baixa da taxa básica.

De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 48 esperam por um corte de 0,50 ponto, para 3,25% ao ano. Dez casas aguardam pela redução da taxa básica em 0,75 ponto, para 3,00% ao ano.

A avaliação das instituições é de que o corte da Selic não deve parar em maio. É quase unânime a perspectiva de pelo menos mais um corte, na reunião de junho. Somente 6 de 52 instituições esperam fim do ciclo no Copom desta semana. Para o fim de 2020, as 53 projeções variam de 1,0% a 3,25%, sendo que 29 apontam taxa abaixo de 3,0% – a mediana é de 2,75%.

Para 2021, a maioria das casas consultadas prevê alguma normalização dos juros, embora não sejam poucas as apostas de continuidade da taxa no menor nível da história por bastante tempo. O intervalo vai de 2,0% a 5,75%, com mediana de 3,50%.

Em março, o Copom cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 4,25% para 3,75% ao ano. No comunicado sobre a decisão, o BC disse que “a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária e, neste momento, vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar”. “No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos”.

A avaliação de boa parte das instituições financeiras é a de que, desde maio, com a piora da economia em função da covid-19, aumentaram as chances de a Selic cair ainda mais. Mesmo porque as projeções de inflação estão em forte queda.

O Relatório de Mercado Focus, publicado na última segunda-feira, mostra que o mercado financeiro projeta atualmente inflação de apenas 1,97% em 2020 – bem abaixo da meta de 4,00% para o ano.