Rússia renova ofensiva para consolidar controle da província ucraniana de Lugansk. Zelenski pede mais armas e vice-ministra afirma que país vai enfrentar numa fase “extremamente difícil” e “longa” do conflito.Os combates no leste da Ucrânia atingiram sua “intensidade máxima” nesta quinta-feira (26/05), disseram autoridades do país, que continuam exigindo mais armas dos países ocidentais para combater os invadores russos.

Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, descreveram a superioridade das forças russas no Donbass, no leste do país, onde a ofensiva russa está agora concentrada, e pediram mais apoio militar aos países ocidentais.

“O inimigo é claramente superior em termos de equipamento e número de soldados” no Donbass, disse Zelenski. “Precisamos da ajuda de nossos parceiros e especialmente de armas”, acrescentou.

Os combates no leste do país e atingiram sua “intensidade máxima”, segundo a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Malyar, que alertou para uma fase “extremamente difícil” e “longa” do confronto.

Depois de não conseguirem controlar Kiev, as forças russas estão se concentrando no leste da Ucrânia, já parcialmente sob o controle dos separatistas apoiados pela Rússia desde 2014.

O exército russo agora tenta controlar a cidade de Severodonetsk, que tinha cerca de 100.000 habitantes antes da guerra. A cidade é fundamental para o controle total sobre o Donbass.

De acordo com Kuleba, “algumas cidades e vilarejos não existem mais” na região, que está sob forte bombardeio há dias.

“Foram reduzidos a ruínas pela artilharia russa, pelos sistemas russos de foguetes de lançamento múltiplo”, disse o ministro, acrescentando que esses são precisamente o tipo de armas que seu país precisa agora.

Segundo Sergei Haidai, governador da província de Lugansk, que fica na região do Donbass, a situação “é muito difícil” e “a próxima semana será decisiva”.

O governador informou que cerca de 15.000 pessoas permanecem em Severodonetsk e cidades vizinhas, e a maioria não quer sair apesar dos bombardeios incessantes.

“A tarefa é extremamente difícil na região de Lugansk porque tivemos três meses sob ataques constantes, bombardeios constantes e, agora, todas as forças russas estão posicionadas aqui e temos que conter essa horda”, disse hoje Haidai num vídeo publicado na rede social Telegram.

“Lentamente, os nossos homens estão se retirando para posições mais fortificadas. É muito difícil para os nossos homens [soldados ucranianos]. Extremamente difícil. Mas estão aguentando”, acrescentou Haidai.

Na cidade de Lisitchansk, a polícia assumiu o controle dos serviços funerários para enterrar os mortos, disse Haidai. Pelo menos 150 pessoas tiveram que ser enterradas em uma vala comum, segundo Haidai.

jps (AFP, Lusa)