Mais de cem combatentes morreram desde a quarta-feira à noite em violentos combates entre jihadistas e tropas do regime sírio no noroeste do país, informou nesta quinta (11) a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Oito civis também morreram por causa dos conflitos nesta região, deles acordo com a mesma fonte. Seis deles, incluindo uma criança, morreram em ataques do exército sírio contra a cidade de Jisr al-Shughur, na província de Idlib.

Os combates continuavam na noite desta quinta-feira próximo à região de Idlib, controlada pelos jihadistas do grupo Hayat Tahrir Al Cham (HTS), antigo braço da Al-Qaeda.

Desde o final de abril, o regime sírio e sua aliada Rússia intensificaram os ataques na província de Idlib e seus arredores. Na região vivem três milhões de civis, entre eles muitos deslocados de outras partes da Síria.

– Colina estratégica –

Na noite de quarta-feira, as forças dominadas pela HTS tomaram o povoado e a colina de Hamameyat, na província de Hama.

Desde então, “os combates continuaram e as forças do regime faziam um contra-ataque para retomar o povoado, além dos bombardeios aéreos e com artilharia pesada” na zona reconquistada pelo HTS e os rebeldes, informou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Nos confrontos morreram até agora 57 combatentes pelo lado do regime e 44 do lado dos rebeldes, segundo o OSDH.

O porta-voz do HTS, Abu Jaled Al Chami, afirmou que os combatentes jihadistas e rebeldes lançaram uma ofensiva no início da noite e arrebataram das forças leais ao regime de Bashar Al Asad o controle da colina “muito fortificada”.eles arrebataram das forças leais ao regime de Bashar Al Assad o controle da colina “muito fortificada”.

Naji Mustafa, porta-voz da Frente de Libertação Nacional, aliado dos jihadistas, informou que essa colina é “estratégica porque domina (…) as vias de abastecimento das forças inimigas”.

A região de Idlib, que continua escapando do controle de Damasco, é objeto da escalada mais violenta desde um acordo alcançado em setembro de 2018 entre a Rússia e a Turquia, apoio dos rebeldes, para evitar uma grande ofensiva.

Até o momento, os bombardeios mataram mais de 560 civis, segundo o OSDH, e obrigaram cerca de 330.000 pessoas a fugir, segundo a ONU.

Os disparos de rebeldes e jihadistas mataram mais de 40 civis, segundo a mesma fonte.

Além disso, dois atentados com carro-bomba atingiram distintas zonas do norte da Síria.

O primeiro em Afrin, uma região do noroeste da maioria curda, mas atualmente controlada por rebeldes pró-turcos, deixou pelo menos 13 mortos, oito deles civis, indicou o OSDH.

Em Qamichli, outra cidade de maioria curda no nordeste, explodiu um carro-bomba perto de uma igreja, segundo um jornalista da AFP. A polícia local informou sobre oito feridos, e a televisão síria de onze.

O atentado que danificou a fachada da igreja da Santa Virgem dos siríacos ortodoxos foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

A Síria vive desde 2011 uma guerra que deixou mais de 370.000 mortos.