O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), divulgou nesta sexta-feira, 21, que enviará 465 mil tablets com chips para estudantes da rede municipal de ensino. O anúncio ocorre três dias depois de a gestão municipal vetar a reabertura de escolas em setembro para atividades de reforço após um inquérito sorológico apontar alto índice de casos assintomáticos da covid-19 em alunos de escolas do Município.

Segundo Covas, os itens será destinados para alunos do EJA e dos ensinos fundamental e médio. “Esses são equipamentos que podem ser utilizados não apenas nesse momento de ensino à distância, mas também depois, dentro da sala de aula”, destacou o prefeito durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeiras.

Os dois pregões para a aquisição dos equipamentos serão publicados neste sábado, 22. “São recursos que a Secretaria de Educação está deixando de gastar neste ano por conta da pandemia”, justificou Covas.

A Prefeitura ainda não decidiu se permitirá a volta às aulas presenciais em outubro. Nos bastidores, já se discute o adiamento da retomada para 2021.

Prefeituras precisarão informar ao Estado se irão aderir à reabertura de escolas em setembro

O Governo do Estado voltou a falar sobre o “amplo” inquérito sorológico que realizará para detectar anticorpos para o novo coronavírus em estudantes, professores e funcionários da rede estadual de ensino. “Vai permitir avaliar o quanto o vírus circulou e ainda circula em cada uma das regiões”, apontou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

A realização será conjunta entre as secretarias da Saúde e da Educação. “Esse inquérito acompanha a estatística necessária para que a informação sobre a evolução da epidemia na rede de educação, seja de alunos ou professores, possa nos dar clareza necessária para a preparação da rede para a volta as aulas de mais de 3,5 milhões de estudantes e 240 mil professores”, disse o vice-governador Rodrigo Garcia.

Outros detalhes do inquérito serão anunciados na próxima semana. Além disso, uma resolução a ser publicada na segunda-feira, 24, vai regulamentar a necessidade de os 645 municípios manifestarem se vão ou não aderir ao plano de retomada das aulas presenciais sugerido pelo Estado.

O secretário da Educação, Rossieli Soares, voltou a ressaltar que as prefeituras têm autonomia para decidir pela adesão. A cidade de São Paulo, por exemplo, já anunciou o veto à reabertura em setembro.

Além disso, ele ressaltou que o plano prevê que todas as redes de ensino, tanto pública quanto privada, retornem em conjunto no mesmo município. “Nós sempre dissemos: epidemiologicamente não há razão para deixar voltar a rede privada antes da pública. Isso nunca será autorizado nem pelo Estado e imagino que nem pela prefeitura, continuamos na mesma premissa.”

Para retomar atividades as presenciais em 8 de setembro, as escolas devem estar em regiões que permanecem ao menos há 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo. As unidades podem receber alunos para aulas de reforço, recuperação e atividades opcionais. O retorno oficial das aulas é previsto para 7 de outubro e será permitido apenas se todo o Estado atender aos critérios da fase amarela.