A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), mantida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP), registrou alta de 2,8% em junho deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2019. A melhora do indicador coincide com o momento em que se iniciou a reabertura gradual do comércio no Estado, após o pior período da crise sanitária do novo coronavírus em São Paulo. Os resultados de junho seguem, também, duas baixas consecutivas em abril e maio.

No agregado dos últimos 12 meses, houve elevação de 1,8%. O saldo do primeiro semestre do ano atual, porém, ainda foi negativo (-3,3%), com um faturamento R$ 11,7 bilhões inferior ao obtido no mesmo período (de janeiro a junho) de 2019.

De acordo com a FecomercioSP, o mês de junho refletiu o consumo de necessidades que ficaram represadas nos meses anteriores, quando apenas o comércio essencial, como supermercados e farmácias, estava com as lojas físicas abertas.

Segundo divulgou a Federação em nota, o faturamento de junho para o varejo paulista atingiu R$ 61,1 bilhões, R$ 1,677 milhão acima do valor apurado em junho de 2019.

Dos nove setores do comércio pesquisados, seis apresentaram alta no mês de junho, com destaque para lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (39,6%) e supermercados (16,3%). Juntos, contribuíram com 8,2% de toda a receita do comércio no Estado.

Em contrapartida, os segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-33,6%), concessionárias de veículos (-20,4%) e outras atividades (-12,1%) sofreram quedas. Em conjunto, o impacto negativo gerado foi de 7,7 pontos porcentuais.

A expectativa da entidade é de uma retomada econômica lenta e gradual, uma vez que as famílias tendem a continuar priorizando os gastos com bens essenciais e outros para o conforto doméstico.

Outro ponto relevante, segundo a FecomercioSP, é que a falta de previsão do retorno de festas e eventos afeta diretamente o setor de vestuário em São Paulo, que segue liderando saldos negativos, sem previsão de melhora para este ano. A estimativa é de que o segmento encerre 2020 com baixa de 19,5% e prejuízo de mais de R$ 11 bilhões.