No começo de janeiro deste ano, a 99 recebeu US$ 100 milhões, em um dos maiores investimentos em startups brasileiras da história.

O aporte foi liderado pela chinesa Didi Chuxing, a maior plataforma de transporte por meio de aplicativos do mundo. Em seu país de origem, a empresa não só venceu o Uber, como comprou a operação do aplicativo rival.

Com a grana alta dos chineses, a 99 vai intensificar sua disputa com o Uber. “Vamos usar o dinheiro para ampliar o serviço Pop”, afirma Ariel Lambrecht, um dos fundadores do 99.

Lançado em agosto do ano passado, o Pop pode ser considerado o “Uber da 99”. Trata-se de um serviço de carros particulares. Hoje, ele opera só em São Paulo, onde conta com cinco mil motoristas. Até o fim de março, a meta é chegar a 20 mil.

O plano da 99 é lançar o Pop até o fim de março no Rio de Janeiro. Mais duas cidades estão no radar da startup para estrear o serviço ainda neste trimestre. Até o fim do ano, pelo menos 10 cidades brasileiras terão o Uber da 99 em ação.

A batalha do mercado de carros particulares, que começou com o Uber, está ficando cada vez mais intensa. A Easy, que surgiu no setor de táxis, assim como a 99, também tem um serviço similar. A espanhola Cabify, que atua nessa área, está ganhando adeptos, por conta do aumento das reclamações do Uber.

Fundada em 2012, a 99 retirou a palavra Táxis de seu nome. O motivo é simples: a startup não se enxerga mais como um serviço de táxi. “Somos uma empresa de mobilidade urbana”, diz Lambrecht.

Além de táxis e carros particulares, a companhia estuda outras formas de transporte, que podem virar serviços em breve. Ainda sob análise estão motos, VANs e micro-ônibus.

Presente em 550 cidades, a 99 conta com 140 mil motoristas cadastradas e cerca de 10 milhões de usuários. O dinheiro da Didi Chuxing será usado também para expandir-se para a América Latina. Mas, diz Lambrecht, o plano é se consolidar no Brasil. Só depois, a 99 deve abrir operações fora do País.