Ao longo de sua trajetória de mais de 20 anos, a varejista online americana Amazon ganhou uma reputação de que mais perde dinheiro do que ganha.

Essa fama não era injustificada, apesar de não ser verdadeira. Afinal, a empresa passou a dar lucro há muito tempo, com períodos curtos no vermelho. Mas os ganhos eram ínfimos. E suas margens, como de costume no varejo, muito apertadas. Isso se justificava pela fama de Jeff Bezos, o visionário fundador da empresa, que sempre depositou seus recursos em apostas ousadas, colecionando diversos inimigos pelo seu caminho.

Mas essa fama deve ser definitivamente sepultada. A Amazon divulgou os resultados de seu quarto trimestre fiscal. O lucro líquido atingiu US$ 1,9 bilhão, o maior de sua história. É verdade que boa parte desse resultado foi impactado pela reforma tributária nos Estados Unidos. O corte de impostos capitaneado pelo presidente Donald Trump afetou positivamente a última linha do balanço em US$ 789 milhões. Mas, mesmo sem ele, o desempenho teria sido recorde.

Tão importante quanto esse lucro recorde é o fato de que a Amazon vem divulgando resultados positivos a 11 trimestres consecutivos. Confira o quadro abaixo publicado pelo site Recode.

 

A estrela do balanço foi a assistente virtual inteligente Alexa. Bezos comentou que as projeções do ano passado para a Alexa foram “muito otimistas e nós as ultrapassamos. Nós não percebemos surpresas positivas dessa magnitude muito frequentemente. Chegamos a um ponto importante em que outras empresas e desenvolvedores estão acelerando a adoção do Alexa”. Ele aponta que existem mais de 30 mil habilidades de desenvolvedores externos e que os clientes podem controlar mais de 4 mil dispositivos domésticos inteligentes com o Alexa.

As ações da Amazon estão disparando no pregão desta sexta-feira, 2 de fevereiro. Elas sobem mais de 5%. O valor de mercado da companhia ultrapassou os US$ 700 bilhões – está atrás apenas de Apple e Google. E, com certeza, Bezos, que já é o homem mais rico do mundo ganhará alguns bilhões a mais.

Os especialistas eram unânimes em afirmar das ambições da Amazon de conquistar o mundo. Isso, ao que tudo indica, não mudou. Mas Bezos parece que conseguiu transformar a companhia em uma máquina de ganhar dinheiro. A conferir nos próximos balanços se essa tendência se mantém.