A crise no mercado de chips semicondutores atrapalha todo o setor de eletroeletrônicos e, agora, o de veículos. Além disso, a desvalorização cambial faz com que os preços de carros novos disparem e deixem de ser um atrativo para o consumidor, criando espaço para o crescimento das vendas de carros seminovos.

No caso do mercado de chips, que passa por uma forte falta de componentes desde o início da pandemia, cada veículo novo demanda cerca de 600 semicondutores, responsáveis por acionar mecanismos de segurança, consumo, performance e sistema multimídia. Ou seja, toda a parte cerebral do automóvel precisa dos chips para funcionar.

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Sem esses componentes, a fabricação de veículos fica atrasada e o consumidor pode esperar até 120 dias para receber um carro zero km.

“Seus principais fabricantes direcionaram grande parte da linha de produção durante a paralisação das montadoras para outros equipamentos como smartphones e notebooks, o que resultou em sua escassez”, disse por nota Leandro Chacon, head of sales da Volanty, autotech especializada na compra e venda de seminovos.

Segundo dados da Federação Nacional de Veículos Automotores (Fenabrave), no primeiro trimestre de 2021 foram registradas 3,5 milhões de unidades seminovas comercializadas, ante 3,1 milhões de comercializados no mesmo período de 2020 – alta de 14,89%.

Na comparação com os novos, foram emplacados 527,9 mil carros no primeiro trimestre de 2021, ante 558,1 mil do mesmo período de 2020 – queda de 5,4%. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com preços em conta e uma infinidade de opções, o mercado de seminovos vai se consolidando como uma opção viável ao brasileiro neste momento de crise econômica. “Esse mercado já estava aquecido desde o ano passado, quando o transporte público se tornou sinônimo de risco alto para disseminação do coronavírus”, completou Chacon.