A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou, nesta quinta-feira (12), que vai ficar com mais da metade dos aviões e um terço dos funcionários da Air Berlin, sua concorrente em falência, consolidando, assim, sua posição dominante no céu deste país.

A Air Berlin, após três semanas de negociações e de descartar uma longa lista de pretendentes, tinha estabelecido esta quinta como data-limite para dividir suas atividades entre os escolhidos, Lufthansa e a britânica Easyjet.

A Easyjet não revelou suas intenções, apesar de a Air Berlin garantir que continua negociando com essa companhia, interessada, segundo a imprensa, na compra de 30 aeronaves.

O diretor-geral da Lufthansa, Carsten Spohr, se referiu a um “grande dia” ao anunciar a compra de 81 aviões, dos 144, da frota da Air Berlin e a contratação de 3 mil dos 8.500 funcionários da empresa alemã.

A quantia oferecida pela Lufthansa não foi revelada, mas a imprensa alemã citou um plano de investimentos total de 1,5 bilhão de euros para a operação – muito criticada fora do país.

A Lufthansa é a número um da Alemanha, com 34% do mercado, enquanto a Air Berlin ocupava o segundo lugar, uma situação criticada pela companhia irlandesa Ryanair no começo de setembro, quando se retirou da competição denunciando um “golpe orquestrado” para privilegiar a Lufthansa.

“Nunca negamos que tivemos um ano para nos preparar para um eventual saída do mercado da Air Berlin, como todos os nossos concorrentes, que tinham acesso livre ao balanço financeiro (da Air Berlin)”, afirmou nesta quinta o diretor da Lufthansa ao jornal econômico Handelsblatt.

– Futuro dos funcionários –

O período de transição e de renegociação de voos com código “AB” para “LH” deve levar entre seis e nove meses, segundo a Lufthansa. A companhia prevê algumas perturbações, principalmente para os clientes com passagens da Air Berlin para os próximos meses.

As reservas feitas depois de 15 de agosto poderão ser reembolsadas, mas por volta de 100 mil cliente compraram passagens para voos longos não serão reembolsados, ou só receberão muito pouco, avisou a Air Berlin.

Após dois meses de uma espera angustiada, o destino dos 8.500 funcionários da companhia aérea continua incerto. Em 25 de setembro, o diretor da empresa, Thomas Winkelmann, garantiu que estava lutando para “oferecer boas perspectivas a 80% da equipe.

Os pilotos da Air Berlin, que tinham expressado sua preocupação em setembro com uma onda de licenças médicas, se beneficiaram de um procedimento de contratação na Lufthansa e também poderão se candidatar para a Ryanair, que perdeu muitos pilotos recentemente.

Para o resto, equipe comercial de manutenção, ou auxiliares de voos, serão organizadas feiras de emprego nos escritórios da Air Berlin nesta semana, em colaboração com agências de emprego, autoridades locais e multinacionais alemãs.