O governo colombiano anunciou neste sábado (29) um crédito de até 370 milhões de dólares para a companhia aérea Avianca, paralisada pela pandemia do novo coronavírus, no âmbito do processo de reestruturação que a companhia segue sob a lei de falências dos Estados Unidos.

Em um comunicado, o ministério da Fazenda justificou o salva-vidas diante das “repercussões negativas” que a queda da segunda companhia aérea da América Latina teria para a economia colombiana.

Diante deste risco, o governo decidiu financiar a Avianca com “um crédito de até 370 milhões de dólares, com vencimento em novembro de 2021”, informou a pasta.

Segundo o ministério, o desembolso só será efetivado quando o Tribunal do Distrito Sul de Nova York avalizar a participação do Estado colombiano na reestruturação da empresa.

Em 10 de maio, a Avianca comunicou sua decisão de se submeter à lei de falências dos Estados Unidos na tentativa de reorganizar sua dívida.

Na ocasião, a empresa mencionou o impacto que suas finanças sofreram com a suspensão dos voos ao redor do mundo por causa da pandemia.

No fim de março, a Aviança precisou congelar 100% de suas operações comerciais e deixar em terra 142 aviões, diante das restrições determinadas pelo governo para frear a expansão do novo coronavírus.

Após cinco meses de isolamento obrigatório, com múltiplas exceções, o presidente Iván Duque determinou esta semana relaxar ainda mais as medidas a partir de setembro.

Com isto, espera-se a retomada gradativa dos voos domésticos, enquanto o tráfego aéreo internacional poderia, a princípio, ser restabelecido em outubro.

Embora o vírus continue circulando, com quase 600.000 infectados e 19.000 mortos desde 6 de março, o presidente disse que observa uma tendência à baixa no número de contágios e óbitos.

Em função da emergência, a Avianca anunciou licenças não remuneradas a 12.000 de seus mais de 20.000 funcionários.

Segundo o governo, a empresa contribui com “aproximadamente 500 mil empregos diretos e indiretos” e sua operação representa cerca de “1,4% do PIB” ao ano.

Principal companhia aérea da Colômbia, a Avianca registrou no ano passado uma perda líquida de 894 milhões de dólares contra um lucro de US$ 1,1 milhão em 2018.

Integram a Avianca Holdings as companhias aéreas Avianca e Tampa Cargo (Colômbia), Aerogal (Equador) e as empresas do Grupo Taca Internacional Airline, com sedes na América Central e no Peru.

Neste último, a empresa decidiu por sua dissolução e liquidação.