SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de soja 2022/23 atingiu 32% das áreas cultivadas no Rio Grande do Sul, avanço de 14 pontos percentuais no comparativo semanal, mas com forte atraso em relação a anos anteriores, em meio a uma safra com rendimentos distintos entre as regiões do Estado em função do clima, disse a Emater-RS.

No mesmo período do ciclo anterior, os trabalhos estavam concluídos em 41% das áreas, enquanto a média histórica para o período é de 64%, conforme relatório da empresa de assistência técnica e extensão rural divulgado nesta quinta-feira.

A Emater destacou que os últimos dias ensolarados e a baixa umidade relativa do ar favoreceram a perda de umidade dos grãos e contribuíram para a finalização de ciclo da oleaginosa.

Em contrapartida, a produtividade permanece muito variável entre as localidades e regiões, diante de efeitos de uma seca ocorrida durante o verão.

“Os maus resultados obtidos no momento, principalmente a oeste, indicam que a produtividade ainda pode ser inferior à estimada, caso não haja compensação produtiva das cultivares de ciclo mais tardio ou de regiões menos afetadas, localizadas a nordeste e a leste do Estado”, alertou.

As lavouras de soja plantadas mais tarde, que ainda estão na fase de enchimento de grãos, apresentam potencial produtivo maior do que as da primeira época de plantio (outubro a dezembro), mas apresentam porte aquém do desejado, “o que pode interferir na produtividade”, acrescentou a empresa.

Sobre o milho, dados da Emater indicam que a colheita atingiu 80% das áreas, avanço de somente 1 ponto em uma semana. No mesmo período do ciclo anterior, este percentual estava em 78% e a média histórica é de 71%.

De acordo com a Emater, a colheita está praticamente paralisada porque os produtores estão dedicados à atividade na soja. “Em termos geográficos, a colheita está mais adiantada na região norte, onde os índices são próximos a 95%. Já a leste do Estado, os índices são inferiores a 50%”, disse.

A produtividade do cereal manteve-se em 4.471 quilos por hectare, representando uma redução de aproximadamente 40% na produção do Estado, em função da estiagem.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

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