Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) -Os produtores de soja colheram 13,61% da área cultivada na safra 2022/23 de Mato Grosso, avanço de 7,71 pontos percentuais em uma semana, mas atrás da média histórica para o período, de 20,23%, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Os trabalhos também estão atrasados em relação ao mesmo intervalo do ciclo anterior, quando o plantio foi mais acelerado e 31,82% das áreas já estavam colhidas, mostraram os dados. A ocorrência de chuvas contribuiu para postergar a retirada dos grãos do campo em 2022/23.

Na temporada atual, as regiões mato-grossenses com a colheita mais adiantada são a oeste (21,01%) e o médio-norte (19,64%), enquanto os trabalhos mais lentos estão no nordeste do maior produtor nacional da oleaginosa, com apenas 3,61% colhidos.

O andamento da colheita nas lavouras de soja atinge diretamente o plantio de segunda safra de milho e algodão, onde o cenário também é de atraso comparado a anos anteriores.

Para o milho segunda safra, o Imea sinaliza plantio de 5,97% da área em Mato Grosso, contra média histórica de 17,55% e 26,70% um ano antes.

Analistas do banco Santander afirmaram em nota que as informações sobre a colheita do Estado são negativas para o mercado.

“Os dados atualizados indicam que tanto a colheita da soja quanto a semeadura do milho segunda safra estão atrasadas, confirmando as preocupações com as fortes chuvas na região que estão causando atrasos”, disseram eles.

A expectativa do banco é que consequências negativas decorrentes do atraso na semeadura da safrinha serão percebidas principalmente nos volumes colhidos no segundo semestre deste ano.

O Santander ressaltou ainda que previsões meteorológicas atuais ainda apontam para chuvas significativas em Mato Grosso nas próximas semanas, especialmente no centro-norte –mas não tão alarmantes como nas últimas semanas–, que podem continuar impactando a colheita da soja e o desenvolvimento da semeadura do milho segunda safra nessas áreas.

No algodão, cuja melhor janela climática para plantio é em janeiro, o Imea informou que 47,81% das áreas mato-grossenses já foram semeadas, percentual expressivo comparado ao milho, mas que está atrás da média histórica de 61,75%.

No mesmo período do ciclo anterior, quase 70% das lavouras de algodão estavam semeadas.

(Reportagem adicional de Gabriel Araujo)

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