São Paulo, 05/02 – A colheita de soja em Goiás atingiu 5% da área plantada na safra 2017/18, informou nesta segunda-feira, 5, em nota, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO). Conforme a associação, colheitadeiras trabalham em áreas de soja no sudoeste do Estado desde a segunda metade de janeiro, mas os trabalhos começaram a ganhar força no fim do mês passado. “Devido ao atraso das chuvas em outubro e à concentração do plantio no mês de novembro, o pico da colheita estadual é esperado para a segunda quinzena de fevereiro”, disse a associação.

Mesmo quem já colheu parte de sua produção pode ter que fazer uma pausa antes de retomar os trabalhos. É o caso do produtor Luiz Renato Zapparoli, de Chapadão do Céu, na divisa com Mato Grosso. Em sua propriedade, a colheita das primeiras lavouras, que deram lugar à cultura do algodão, já terminou. “Fora essa área, atrasei muito o plantio e só devo ter nova colheita por volta do dia 15 de fevereiro”, afirma Zapparoli, ressaltando que a produtividade dos primeiros talhões “surpreendeu positivamente”.

A maior parte das lavouras em Goiás está na fase de enchimento de grãos. Conforme o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro, no mês passado, o veranico (período prolongado de clima seco) que chegou a 15 dias em algumas áreas e as temperaturas elevadas causaram perdas pontuais no Sul e Centro-leste do Estado.

Na safra 2017/18, a área plantada com soja em Goiás subiu 3,4% em relação ao ciclo anterior, para 3,390 milhões de hectares, estimou a Aprosoja-GO. Além de trechos de abertura de área no centro-norte do Estado, o crescimento veio da região sudeste de Goiás, onde se encontrava a maioria das plantações de milho primeira safra.

“Tivemos uma redução até significativa, de mais de 50 mil hectares na área de milho verão, que cederam espaço quase totalmente para a soja”, disse Palavro. A Aprosoja-GO prevê produção de 10,780 milhões de toneladas, a mesma projetada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A comercialização segue atrasada na comparação com o ano anterior, com 35% da produção negociada antecipadamente, calcula a associação.

Milho

A preocupação agora é em relação às previsões do tempo para o fim deste mês e começo de março, quando deve ser implantada a maior parte da safrinha de milho. Em virtude do atraso ocorrido no plantio da soja e da expectativa de tempo chuvoso em fevereiro, o que pode atrapalhar as operações de colheita, o consultor técnico da Aprosoja-GO projeta que a área de milho safrinha cairá em relação ao ano passado.

“Acreditamos que os produtores vão baixar investimentos e, pelo estreitamento da janela ideal de plantio, devem também reduzir a área cultivada”, afirma Palavro, projetando que a redução deve ser de 10% a 15% ante o ciclo anterior. Em 2017, o plantio de safrinha atingiu 1,260 milhão de hectares.