Um dos fundadores do Facebook pediu o desmembramento da rede social e criticou a concentração dos principais serviços de comunicação do mundo nas mãos de Mark Zuckerberg. Em um artigo para o New York Times, Chris Hughes afirmou que o poder do CEO é “sem precedentes e antiamericano.”

“A influência de Mark é impressionante, muito além de qualquer outra pessoa no setor privado ou no governo. Ele controla três principais plataformas de comunicação – Facebook, Instagram e WhatsApp – que bilhões de pessoas usam todos os dias.”

Hughes conheceu Zuckerberg quando ambos estudavam em Harvard e foi um dos idealizadores do projeto que viria a se tornar a maior rede social do mundo. Segundo ele, desde o início do Facebook, o atual CEO já demonstrava um desejo de dominação. Nos últimos anos a rede social fez uma série de aquisições e hoje é responsável pelas três plataformas mais usadas para a comunicação no mundo, somando 3 bilhões de usuários.

“Somos uma nação com a tradição de controlar os monopólios, não importa quão bem intencionados sejam os líderes dessas empresas”, afirmou.

Ele deixou a rede social em 2007 para trabalhar na campanha presidencial de Barack Obama ao vender a sua participação por US$ 500 milhões. O ex-sócio de Zuckerberg afirmou que o governo dos Estados Unidos deve criar uma agência para regulamentar o setor de tecnologia com diretrizes que garantam a liberdade de expressão.

“Eu não culpo Mark pela sua busca pela dominação. Ele criou um leviatã que afasta o empreendedorismo e restringe a escolha do consumidor. Está no nosso governo garantir que nunca perderemos a magia da mão invisível”, diz, citando um dos princípios do liberalismo econômico.

A crítica de Hughes ecoa entre políticos e ativistas dos EUA. A senadora e pré-candidata a presidência pelos Democratas, Elizabeth Warren, já afirmou que se eleita irá criar medidas que impeçam fusões não competitivas, como as quais o Facebook é acusado. Já as entidades sociais Color of Change e Majority Action pedem aos acionistas que votem contra a permanência de Zuckerberg no conselho da empresa como forma de barrar a concentração de poder.

Em resposta as críticas, o vice-presidente de assuntos globais e comunicação do Facebook, Nick Clegg, afirmou que Zuckerberg apóia medidas para a regulamentação da Internet e está promovendo uma série de encontros com lideranças para discutir o projeto.