O cofundador da Microsoft, Paul Allen, morreu nesta segunda-feira (15) duas semanas depois de revelar o retorno de um câncer, o qual ele havia enfrentado até 2009. Allen tinha 65 anos. A companhia do executivo, a Vulcan Inc., anunciou sua morte na tarde desta segunda-feira. Allen enfrentava desde 2000 um linfoma não-Hodgkin, um câncer que ataca os glóbulos brancos do sangue e sua morte foi causado por complicações da doença.

Allen, para além de seu trabalho na Microsoft foi um grande filantrópico e entusiasta do esporte. Natural da cidade de Seattle, ele foi responsável por tornar a cidade o centro cultural que é hoje. Conseguiu manter na cidade seu time de futebol americano, os Seahawks, além de ser um dos donos da equipe de futebol, o Seattle Sounders. Ele também era dono do Portland Trail Blazzers, da NBA. Ele também foi responsável por reformar cinemas clássicos da cidade e fundou o Museu da Cultura Pop de Seattle, um dos principais pontos turísticos da cidade, além de ter revitalizado o bairro que hoje é sede de gigantes do mundo tech como Amazon e Google.

Na área de filantropia, doou US$ 2 bilhões para projetos de ciência, tecnologia, educação, meio ambiente e arte. Além de ter advogado contra a causa da caça a elefantes, ele também fundou o Allen Institute for Brain Science e empresa espacial Stratolaunch, que construiu o maior avião do mundo para lançar satélites ao espaço. Ele também financiou pesquisas sobre energia de fusão nuclear. Assim como seu antigo parceiro Bill Gates, Allen prometeu doar grande parte de sua fortuna para a caridade. Seus rendimentos são estimados em US$ 26 bilhões.

“Meu irmão era uma pessoa notável em todos os sentidos”, disse a irmã de Allen e ex-executiva da Vulcan, Jody Allen, em um comunicado. “Enquanto a maioria conhecia Paul Allen como tecnólogo e filantropo, para nós ele era um irmão e um tio muito querido e um amigo excepcional”, afirmou.

Mas foi na Microsoft que Allen ajudou a desenvolver a indústria de computadores pessoais. Fundada com Bill Gates em 1975 a empresa revolucionou o mercado digital com seus softwares. Foi ele quem pensou no nome da empresa e foi o responsável pelo primeiro grande contrato da companhia, com a IBM, para criar o sistema operacional que iria equipar as máquinas da empresa. O sistema criado foi o MS-DOS, considerado o percursor do Windows, o grande sucesso da Microsoft.

Saiu da empresa que ajudou a fundar em 2000, mas tinha relações abaladas com o então amigo Bill Gates desde a década de 1980, época que saiu dos cargos de chefia para ocupar a mesa de diretores. Para além de sua rixa pessoal com Gates, a descoberta do câncer foi o principal motivo de sua saída definitiva da empresa.