A parcela da produção brasileira que é exportada – o chamado coeficiente de exportação – subiu de 14,3% em 2015 para 16,3% em 2016, de acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador acumula aumento de 4,2 pontos percentuais em relação a 2014, quando registrou o menor indicador da série histórica, que tem início em 2003.

De acordo com a entidade, o aumento do coeficiente de exportação deve-se tanto ao crescimento das quantidades exportadas (6,6%) quanto à queda nas vendas domésticas (-6,3%). “A queda do consumo doméstico estimula as empresas a buscarem o mercado externo como forma de evitar quedas ainda maiores na produção”, afirma o estudo.

A indústria foi ajudada pela depreciação do real, que também afeta as quantidades importadas. O coeficiente de penetração das importações – que mede a participação de importados no mercado interno – caiu de 17,3% em 2015 para 16,9% em 2016. Desde 2013, o indicador acumula queda de 1,3 ponto porcentual.

A participação dos insumos industriais importados também caiu, de 24,7% em 2015 para 23,3% em 2016. É o terceiro ano de queda no indicador, que acumula recuo de 2,6 pontos percentuais em relação a 2013. Todos os números referem-se a preços constantes.

A diferença entre o que a indústria exporta e o que importa de insumo – coeficiente de exportações líquidas – passou de 2,2% para 5% de 2015 para o ano passado a preços constantes. A preços correntes, o indicador passa de 4,1% para 7,4% na mesma comparação.

“Como a indústria exporta mais que importa, o efeito direto e de curto prazo de novas depreciações do real é positivo”, afirma a pesquisa. Em sete dos 19 setores pesquisados, porém, o coeficiente de exportações líquidas é negativo: vestuário e acessórios; impressão e reprodução; coque, derivados do petróleo e biocombustíveis; químicos; farmoquímicos e farmacêuticos; produtos de borracha e de material plástico e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.