A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen afirmou neste sábado (16) que matou 160 rebeldes houthis no sul da cidade estratégica de Marib, onde os combates causaram centenas de mortes nos últimos dias.

“Realizamos 32 ataques em Al Abdiya (cerca de 100 km ao sul de Marib) nas últimas 24 horas (…). Onze veículos militares foram destruídos e mais de 160 elementos terroristas eliminados”, disse a coalizão, citada pela agência oficial saudita SPA.

Os rebeldes avançam e estão “no centro do setor de Al Abdiya depois de um ataque que durou quatro semanas”, disse à AFP uma fonte pró-governo neste sábado.

Marib, capital da província de mesmo nome, é o último reduto do governo no norte do Iêmen, uma parte do país controlada principalmente pelos houthis.

Os houthis lançaram uma campanha em fevereiro para tomarem Marib e nas últimas semanas intensificaram sua ofensiva. A coalizão respondeu desde segunda-feira com vários ataques aéreos que, segundo ela, provocaram a morte de 700 insurgentes.

Esses números não puderam ser verificados de forma independente e os houthis não costumam informar as mortes em suas fileiras.

– Ajuda humanitária –

Segundo a fonte pró-governo, os rebeldes “sequestraram, prenderam e maltrataram” membros de tribos que apoiavam as forças aliadas ao governo.

Quase 20 membros das forças pró-governo e desses grupos morreram nas últimas 24 horas e 47 ficaram feridos, declarou. Um comando militar confirmou o saldo à AFP.

Um dos porta-vozes dos rebeldes, Mohamed Abdeselem, afirmou por sua vez no Twitter que os insurgentes enfrentaram “elementos vinculados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico, que por sua vez estão ligados às forças do ataque” no setor de Al Abdiya. Por “forças do ataque”, ele se refere à coalizão pró-governo.

A AFP pediu uma reação da coalizão que, até o momento, não respondeu.

O ministro da Informação do Iêmen, Muamar al Iryani, acusou os rebeldes de atacarem áreas residenciais.

Desde 2014, as forças pró-governo travam uma guerra contra os houthis, apoiados pelo Irã e que controlam boa parte do norte do país, incluindo a capital Sanaa.

Desde 2015, a coalizão militar dirigida pelos sauditas ajuda as forças pró-governo em sua luta.

Em sete anos de guerra, dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria civis, morreram e milhões foram deslocadas, segundo as organizações internacionais.

A comunidade internacional busca em vão uma solução pacífica para este conflito que provocou a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU. Quase 80% da população iemenita depende de ajuda humanitária para sobreviver.

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