Nesta segunda-feira, a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que interveio no Iêmen para apoiar as forças do governo realizou vários bombardeios em Sanaa, capital do país em mãos dos rebeldes houthis, que reivindicaram os recentes ataques com mísseis contra Riade.

A operação buscava “destruir alvos militares legítimos”, incluindo as capacidades balísticas de Houthi “que ameaçam a vida dos civis”, disse a coalizão em comunicado divulgado pela agência de imprensa oficial saudita SPA.

Os habitantes de Sanaa explicaram à AFP que ouviram várias explosões depois que as forças da coalizão começaram seus bombardeios.

A rede de televisão Al Masirah, controlada pelos rebeldes, informou que houve pelo menos 19 ataques aéreos em vários pontos de Sanaa, principalmente bases militares e uma escola militar.

A operação ocorreu quase dois dias depois que as forças de defesa aérea sauditas interceptaram mísseis balísticos lançados no sábado pelos houthis sobre Riad e Jazan, uma cidade no sudoeste da Arábia Saudita, perto do Iêmen.

Os ataques deixaram dois feridos sem gravidade em Riade e ocorreram durante o toque de recolher estabelecido pelas autoridades da capital para conter a propagação do novo coronavírus.

A Arábia Saudita registrou oficialmente 1.453 casos e oito mortes por Covid-19.

A escalada ocorreu apesar do fato de os beligerantes que lutavam no Iêmen terem recebido com satisfação o apelo da ONU por um “cessar-fogo imediato e global” para lidar com a pandemia.

No Iêmen, ainda não foram registrados oficialmente casos de Covid-19, mas as ONGs temem que o vírus cause um verdadeiro desastre no país, que está passando pela pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

A guerra no Iêmen causou dezenas de milhares de mortes, principalmente civis, segundo várias ONGs, e cerca de 24 milhões de iemenitas – mais de dois terços da população – precisam de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.