A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira, 8, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que a queda nas taxas de juros já chegou ao consumidor, na ponta, disse Bruno Fernandes, economista da entidade. “O mais importante é que a queda nas taxas de juros leva a uma melhora no perfil do endividamento”, afirmou.

A Peic apontou que o porcentual de famílias endividadas alcançou 61,8% em outubro de 2017, alta de 0,1 ponto porcentual na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2016, quando o indicador alcançava 59,8% do total de famílias entrevistadas, a alta foi de 2 pontos porcentuais.

Para o economista, juros mais baixos não são suficientes para garantir uma recuperação do crédito capaz de impulsionar o consumo na economia, mas são uma condição necessária para que isso ocorra.

O quadro, daqui para a frente, é de recuperação lenta no nível de endividamento, acompanhando o ritmo de recuperação da atividade econômica, com efeitos sobre o emprego e a renda das famílias, afirmou Fernandes. O pico histórico do endividamento foi visto em fevereiro de 2011, quando 65,3% das famílias relatavam usar alguma forma de crédito.

Conforme Fernandes, até aqui, a inflação comportada e a ligeira melhora no mercado de trabalho resultaram no pequeno avanço do nível de endividamento. Com os juros menores, as parcelas de futuras compras a prazo também serão menores.

“Isso começa a abrir espaço no orçamento das famílias. Quanto menor os juros, menor a parcela. Se a parcela é menor, há espaço para o consumidor adquirir mais crédito para consumir”, afirmou o economista da CNC.