Brasília, 22 – A autorização dada à oferta de crédito rural através de agentes independentes deverá ampliar a concorrência no mercado. A expectativa é do Conselho Monetário Nacional (CMN), que anunciou a medida nesta quinta-feira, 22. “É de esperar que agentes sejam empresas de implementos e defensores agrícolas e sindicatos rurais, entre outros, antes ou depois da cadeia”, disse o secretário-adjunto de política agrícola e meio ambiente do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel.

O técnico explicou que a medida tenta facilitar a oferta de crédito ao campo, especialmente em praças com menor acesso à rede bancária. Por isso, o CMN aprovou a medida que permitirá a empresas e até pessoas físicas a oferecer, em nome de uma instituição financeira – banco ou cooperativa – o crédito ao produtor rural.

“Com agentes, a expectativa é que mais bancos atuem no segmento de crédito rural. A medida deve atrair bancos que não atuavam por não ter rede de atendimento”, disse o técnico. Atualmente, bancos sem rede de atendimento robusta costumam repassar recursos para bancos com mais capilaridade em uma operação prevista pela legislação. “Isso potencializa o crédito e aumenta a concorrência”, disse.

O técnico citou que o novo sistema será parecido com o de agentes de crédito habitacional que trabalham em conjunto com imobiliárias.

Os agentes poderão oferecer o crédito e recolher os dados dos interessados. Os documentos serão submetidos à instituição financeira no sistema do próprio banco ou cooperativa. “Se aprovado, o crédito vai para a conta do produtor. A grande diferença para os pastinhas é que o agente terá de colocar os dados no sistema do banco”, disse. Segundo o técnico, o novo sistema não trará custos adicionais ao tomador do crédito. A remuneração será paga pela instituição financeira em acordo diretamente com o agente.

Todo o risco da operação, notou o técnico, recai sobre a instituição financeira que ofereceu o crédito.