Nos últimos tempos, as fintechs passaram a chamar a atenção no mercado financeiro devido à agilidade com que têm criado soluções e batido de frente com os grandes bancos no mundo inteiro. No Brasil, por exemplo, existem casos famosos como o Nubank, já avaliado em mais de US$ 1 bilhão, e o GuiaBolso, que caminha para atingir a mesma marca. Diante desse cenário, muita gente tem buscado investir em startups. Há, entretanto, um problema: é difícil identificar quais são as promissoras e também é difícil fazer aportes, competindo com os fundos de venture capital. De olho nisso, os executivos Carlos Gamboa, Marcelo Nascimento, Bruno Reis, Paola Munaro, Pietro Bonfiglioli e Gustavo Muller, todos oriundos do mercado financeiro, criaram uma espécie de clube de investimentos em startups. Batizado de Fisher Venture Builder, ele terá cotas de investimentos de R$ 25 mil, R$ 150 mil, R$ 500 mil e R$ 1 milhão. “A ideia é ter, no máximo, cinquenta investidores participando”, diz Carlos Gamboa, CEO da Fisher.

Investimento profissional

O clube nasce com sete projetos de startups, sendo que quatro serão lançadas até fim do primeiro semestre e outras estão em fase de desenvolvimento – todas pensadas pela Fisher. “A ideia é fazer com que as pessoas participem do desenvolvimento das empresas e tenham informações constantes delas”, diz Gamboa. O executivo explica que o conceito de clube profissionaliza um segmento em que os investimentos das pessoas físicas são feitos de forma quase amadora. “Muita gente investe por indicação de um familiar ou de um amigo e entra porque quer atuar nesse mercado, mas não sabe como”, diz ele. A maturação de cada startup, até a entrada de fundos de venture capital, varia de três anos a cinco anos e, de acordo com o executivo, o retorno pode ser de até cinco vezes o capital investido. Indagado pela coluna sobre as garantias de retorno, Gamboa é enfático. “Não há garantia.”

Fábrica de empresas digitais

As startups que estarão funcionando ainda neste semestre são a Ali Crédito, que dará empréstimos para pessoas físicas; a Mutuus, uma insurtech para o mercado de seguros; e outra ainda sem nome definido, mas que será lançada em maio e atuará no mercado de serviços financeiros para o setor imobiliário. A única que já está no mercado é a Beaver, uma plataforma B2B para o mercado imobiliário. “Colocamos o investidor institucional e o incorporador em contato, gerando oportunidades de negócios”, diz Gamboa. A estimativa é a de que R$ 250 milhões em empreendimentos sejam gerados pela plataforma ainda neste ano. Gestoras de investimentos e incorporadoras como Tecnisa e Rossi já participam do ecossistema.

(Nota publicada na Edição 1062 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Moacir Drska e Rodrigo Caetano)