A Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC) negocia a liberação de 5 milhões de doses da vacina Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Essas doses seriam destinadas às clínicas privadas brasileiras assim que as negociações forem encerradas. As informações são do Valor Econômico.

Se consolidado esse cenário, o imunizante, no entanto, ainda precisaria concluir a fase 3 de testes – prevista para o fim de fevereiro. Sem contar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também deverá liberar o uso no Brasil. A expectativa, diz o portal, é de conseguir distribuir a vacina nas clínicas particulares até abril.

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Segundo o Valor Econômico, as tratativas devem chegar ao fim ainda nesta sexta-feira (29) e, caso avancem, será preciso pagar 10% das vacinas fechadas em contrato. Na eventualidade de a Anvisa não aprovar a Covaxin, o dinheiro seria devolvido.

A importadora Precisa Medicamentos, de acordo com a nota do Valor, é a responsável pelo pagamento das doses e representará as clínicas particulares que estão associadas à ABCVAC – cerca de 70% do setor.

Cada clínica teria o direito de comprar um mínimo de 2 mil doses, com teto de até 400 mil doses e os valores poderiam variar a depender do tamanho da compra. Por exemplo: a unidade pode chegar a US$ 32,71 (R$ 176) para compras acima de 100 mil doses e o valor pode cair conforme o lote aumentar, segundo a reportagem.

Governo libera importação de vacinas por empresas privadas

Na sexta-feira (22) passada, em carta à farmacêutica AstraZeneca, o governo federal deu aval para que um grupo de empresas do setor privado compre um lote de 33 milhões de doses da vacina de Oxford. A liberação, no entanto, pode estar condicionada a algumas condições e o governo Jair Bolsonaro espera que aconteça uma doação de metade do lote (pouco mais de 16 milhões de doses) para o SUS.

Segundo a Folha de SP, as empresas também precisarão implementar um sistema de rastreamento dessas vacinas, não poderão vender as doses e deverão aplicá-las sem custos aos funcionários, além de obterem uma autorização para importação e uso emergencial junto à Anvisa.

Cada unidade do lote deve custar US$ 23,79 (R$ 130,31) para as empresas. Ainda de acordo com o jornal, companhias como Ambev, Itaú, JBS, Santander, Vivo e Vale foram convidadas a entrar nas rodadas de negociações e compras, mas acabaram declinando o convite.