Depois do pronunciamento na noite de terça-feira, dia 24 em que pediu o fim do “confinamento em massa” mesmo diante da escalada dos casos de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a mobilizar os apoiadores tanto nas redes sociais quanto na portaria do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Desde a semana passada, o número de pessoas que ficava esperando Bolsonaro entrar e sair da residência oficial havia diminuído. Houve dias com apenas duas pessoas. Nesta quinta-feira, 26, mesmo com chuva, a claque voltou ao local. Eram 11 pessoas.

Foi diante deste grupo que Bolsonaro questionou a presença da imprensa no local. “Imprensa, vocês estão aqui trabalhando. Tem que ficar em casa, pô. Quarentena, pô. Fica em casa”, disse o presidente, pedindo que a fala dele fosse gravado por um auxiliar. No domingo, Bolsonaro publicou um decreto que incluiu a imprensa na lista de serviços essenciais. Os apoiadores aplaudiram e gritaram: “É isso aí, Bolsonaro” e “Mito”.

O vídeo foi divulgado em grupos de WhatsApp e nas redes sociais a partir de perfis dos filhos do presidente (mais informações na pág. A12).

No último sábado, as orientações do próprio Ministério da Saúde para o isolamento social deixaram Bolsonaro, que completou 65 anos, sem o bolo de aniversário que estava sendo preparado para ele por apoiadores. A ideia era cantar o “Parabéns pra Você” em frente ao Palácio da Alvorada, mas a pandemia do novo coronavírus espantou os bolsonaristas.

Na segunda-feira passada, por exemplo, apenas um casal esperava o chefe do Executivo pela manhã. Mesmo assim, Bolsonaro desceu para cumprimentá-los e falou com a imprensa. Na terça-feira de manhã, somente duas pessoas o aguardavam, mas ele passou direto.

O pronunciamento em que Bolsonaro voltou a chamar a covid-19 de “gripezinha” e pediu para as pessoas voltarem à normalidade foi feito na noite de terça-feira. Bastou para que no dia seguinte um grupo de nove pessoas fosse até à residência oficial. Ao presidente, os apoiadores afirmaram que estavam lá motivados justamente pelo seu discurso em cadeia de rádio e televisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.