Qual a filosofia de gestão do seu fundo?
Somos um fundo de ações cujo portfólio é concentrado em poucos papéis. Nós nos dedicamos a estudar profundamente as empresas nas quais o fundo investe. Em geral, mantemos alocações estratégicas por períodos bem mais longos do que a média. E também temos alocações táticas, de prazo mais curto.

Como vocês estudam as empresas?
Vamos além dos números. Nos dedicamos a conversar com o management, a analisar o mercado e o entorno da companhia. E também contratamos jornalistas para obter informações sobre as empresas.

O que vocês perguntam?
Queremos saber qual será o futuro da empresa. Por exemplo, falamos com ex-funcionários, com concorrentes, com clientes e fornecedores. Isso nos permite descobrir, por exemplo, se a gestão está focando demais no curto prazo e deixando que a cultura se perca. Esse foi um caso muito importante em nosso fundo, que nos fez desistir de um investimento importante.

Qual era a companhia?
A BRF. Naquele momento, a nova gestão estava concentrada apenas nos resultados financeiros e perdeu de vista que, no agronegócio, as relações são pessoais e de longo prazo. Assim, a empresa perdeu executivos importantes, que levaram relacionamentos de anos, até décadas, para a concorrência. Concluímos que isso seria prejudicial para a geração de valor da companhia.

E agora, quais são as principais posições do fundo?
Uma posição importante é de Lojas Renner. Ela é bem gerida e tem caixa. Quando a Renner fez uma oferta subsequente, no começo de 2021, muita gente esperava uma febre de aquisições e isso não ocorreu. Alguns analistas disseram estar frustrados. Nós achamos que a empresa está fazendo uma gestão muito correta. Reforçou o caixa e tem capital para investir em tecnologia e modernização sem se alavancar, podendo ganhar mercado com a retração da concorrência.

Outra posição de destaque?
O fundo pode investir em ações internacionais, então aproveitamos uma baixa nas ações da Alphabet, que controla o Google, e compramos. É uma empresa gigantesca, extremamente rentável, que domina seus mercados e tem fortes barreiras à entrada da concorrência.

NOTAS

FUNDOS TÊM RESGATES DE R$ 71,3 BILHÕES

Os fundos de investimento tiveram resgates líquidos de R$ 71,3 bilhões entre os dias 16 e 20 de maio, com resgates de R$ 263,2 bilhões e aportes de R$ 191,9 bilhões, segundo a Anbima, associação que representa o setor. O resgate de R$ 34 bilhões de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc) influenciou o resultado. Os fundos multimercados tiveram resgates de R$ 3,7 bilhões. No ano, a indústria de fundos acumula captação líquida positiva de R$ 45,4 bilhões.

BB LANÇA FUNDO DE ÍNDICE DO AGRONEGÓCIO

O Banco do Brasil, por meio da BB DTVM, lançou, na terça-feira (24) seu primeiro Exchange Traded Fund (ETF) dedicado ao agronegócio. O fundo investe nas ações de 32 companhias ligadas ao agronegócio que fazem parte do índice IAGRO FFS, lançado recentemente pela B3. O código de negociação do fundo será AGRI11 e a taxa de administração, de 0,35% ao ano. A BB DTVM lançou o fundo BB Ações Agro em 2021 e o BB Fiagro neste ano.

ETF DE TECNOLOGIA AMERICANA DA XP

A empresa de gestão de recursos da XP anunciou, na sexta-feira (20), o lançamento de um Exchange Traded Fund (ETF) de empresas americanas do setor de tecnologia como Apple, Microsoft e Nvidia. O fundo tem taxa de administração de 0,3% ao ano e não cobra taxa de performance. Tem como referência o índice MSCI US Investable Market Information Technology 25/50. O fundo inclui 357 empresas e está disponível com aporte inicial de R$ 10.

EM ALTA
0,44%

Foi a alta do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na terceira quadrissemana de maio de 2022, acumulando um aumento de 10,21% nos últimos 12 meses. Nesta apuração, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, de acordo com o levantamento do FGV-Ibre. A maior contribuição para o resultado do IPC-S partiu do grupo habitação, cuja taxa de variação passou de -2,98%, na segunda quadrissemana de maio de 2022, para -2,26% na terceira quadrissemana de maio de 2022.

EM BAIXA
8,4% 

Foi a queda do valor do aluguel no Rio de Janeiro nos últimos 12 meses, segundo o relatório mensal de preços feito pelo portal Imovelweb. No mês de abril, no entanto, o valor médio do aluguel de um apartamento de dois quartos subiu 1,5%, fechando em R$ 1.995. O levantamento é baseado nas buscas realizadas pelos usuários no site durante o mês. Em 2022, os valores tiveram acréscimo acima da inflação, porém abaixo do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). A Zona Sul é a região mais cara do Rio de Janeiro, com aluguel mensal médio de R$ 2.857.