O comércio varejista registrou predomínio de taxas positivas na passagem de janeiro para fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da queda de 0,2% no volume vendido, cinco dos oito segmentos mostraram avanços: Móveis e eletrodomésticos (3,8% em fevereiro, após a alta de 2,3% em janeiro); Tecidos, vestuário e calçados (1,5%, ante crescimento de 12,8% em janeiro); Livros, jornais, revistas e papelarias (1,4%, ante alta de 1,7% no mês anterior); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,0%, após aumento de 1,7% em janeiro); e Combustíveis e lubrificantes (0,6%, ante queda de 1,3% em janeiro).

Por outro lado, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram retração de 0,5%, após uma alta de 8,1% no mês anterior. A atividade tem o maior peso no comércio varejista.

As demais quedas foram em Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-1,5% em fevereiro ante recuo de 5,4% em janeiro); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8% em fevereiro ante -0,6% em janeiro).

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve expansão de 1,4% nas vendas em fevereiro ante janeiro, após aumento de 2,8% no mês anterior. As vendas de veículos cresceram apenas 0,1% em fevereiro, mas vinham de avanço de 1,2% em janeiro. O segmento de material de construção teve queda de 1,3% em fevereiro, após uma alta de 1,0% em janeiro.

Comparações

Embora o comércio varejista tenha registrado predomínio de taxas positivas na passagem de janeiro para fevereiro, a conjuntura permanece desfavorável, resultando na manutenção de desempenhos negativos na comparação com o mesmo período do ano anterior, afirmou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

A média móvel trimestral das vendas no varejo – indicador que busca amortecer movimentos bruscos e por isso é usado como uma medida de tendência – ficou positiva em 1,0% em fevereiro, após já ter registrado avanço de 1,4% em janeiro.

“Você tem realmente um desempenho positivo, um predomínio de taxas positivas na margem. A massa de salários na economia está estável. Mas a conjuntura como um todo continua ruim. Se comparar com o mesmo mês do ano anterior, as vendas estão menores”, disse Juliana.

No varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, a média móvel trimestral está positiva há quatro meses: 0,1% em novembro; 0,1% em dezembro; 1,1% em janeiro; e 1,5% em fevereiro.

“Em janeiro e fevereiro, teve um trabalho de concessionárias para queimar os estoques, com promoções de juro zero. Isso dá resultado positivo”, reconheceu Juliana. “São resultados que são rápidos. Não são resultados para dizer que está melhorando, porque a conjuntura continua desfavorável”, ponderou.

Segundo a gerente do IBGE, o que há de positivo é que a inflação vem arrefecendo e a massa de salários pagos aos trabalhadores ocupados vem apresentando estabilidade nos últimos meses, após um longo período de queda. No entanto, o crédito permanece escasso e caro para os consumidores, enquanto a taxa de desemprego continua mostrando deterioração, o que atrapalha o consumo das famílias.