Crescer, em tempos de concorrência acirrada, não é uma tarefa simples. Mas a farmacêutica mineira Cimed diz ter encontrado uma fórmula para expandir os negócios e alcançar uma receita de R$ 2 bilhões até o fim de 2020. Em 2018, a Cimed apresentou uma receita de R$ 1,3 bilhão, avanço de 28% em relação ao ano anterior. Para elevar ainda mais a sua capacidade produtiva e lançar produtos de forma mais rápida, o laboratório adquiriu as instalações de uma fábrica que pertencia à Locomotiva, empresa de lonas, na cidade Pouso Alegre (MG). O negócio demandou um investimento de R$ 20 milhões. “Até 2024, quando essa planta estará toda modernizada, teremos aportado mais de R$ 1 bilhão”, disse João Adibe, CEO da Cimed. O executivo estima que a empresa estará apta a produzir mais de 100 milhões de caixas de medicamentos por mês daqui a cinco anos, mais que o dobro da capacidade atual.

A Cimed anunciou no ano passado que estava expandindo seu complexo fabril em Pouso Alegre. Por que a empresa decidiu fazer isso?
Tínhamos o desejo de expandir a nossa fábrica em Pouso Alegre no ano passado. Chegamos a comprar um terreno próximo para isso. Nesse meio tempo, no final de 2018, surgiu uma oportunidade de adquirir essa outra fábrica, que tem uma área enorme, com 283 mil metros quadrados. Isso mudou a nossa visão. Como ela é localizada na rodovia Fernão Dias, é um ponto estratégico para nós. Agora, a nossa fábrica antiga será focada em produtos de baixo giro. O novo terreno receberá uma unidade com alta capacidade produtiva.

Como vai ser a expansão em termos de capacidade de produção com essa nova fábrica?
Vamos começar a produção no final de 2020. Esse será um primeiro passo. Até 2024, quando essa planta estará toda modernizada, o investimento total terá sido de mais de R$ 1 bilhão. Hoje, a nossa produção está em torno de 35 milhões de unidades. Com essa nova planta, a ideia é ultrapassar 100 milhões.

Essa expansão ajudará a Cimed a crescer em outras categorias e lançar novos produtos no mercado de genéricos?
Sim. Das 10 principais moléculas dos genéricos hoje, a Cimed só tem 4. Até 2020, independentemente da capacidade de produção que será adicionada, nós participaremos com as 10 principais moléculas do mercado. Vamos aumentar o nosso portfólio, inclusive atuando em outras áreas.

Quais?
Vamos entrar em oftalmologia e veterinário, aproveitando a onda do mercado pet. Mas isso é um caso que ainda depende da legislação para podermos vender em farmácias. Enquanto não puder, esse não será o nosso foco. Mas essa expansão será gradual e só acontecerá quando a nova fábrica estiver em funcionamento. Vamos tentar iniciar as operações em dezembro de 2020.

(Nota publicada na Edição 1108 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Claudio Gradilone, Felipe Mendes e Valéria Bretas)