Um pequeno grupo de cientistas em Manaus investiga o surgimento de novas pandemias. Instalados em um antigo hotel militar no Centro de Manaus, o grupo analisa amostras de sangue em animais para prever possíveis problemas futuros e evitar novos casos como o do coronavírus.

Segundo a Science, o grupo é responsável por coletar as amostras e levá-las ao Biobanco Amazônia da Fiocruz, no escritório regional do instituto na Amazônia. Lá, eles testam amostras de vermes parasitas, vírus e outros agentes infecciosos.

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Dentro do escritório, uma vasta coleta da vida animal: uma coleção de fezes, sangue e outros tecidos e fluidos de mais de 100 animais da floresta amazônica. Mais de 40 espécies são representadas; a maioria são macacos, morcegos e roedores – mamíferos considerados mais propensos a transmitir doenças às pessoas. Outras coleções no prédio incluem insetos que atormentam esses animais e podem servir como vetores para transportar patógenos para os humanos.

Novas doenças podem vir de qualquer lugar: a síndrome respiratória aguda grave e a covid-19 tiveram origem, ao que tudo indica, na China, por exemplo. Outra doença recente por coronavírus, a síndrome respiratória do Oriente Médio, foi encontrada pela primeira vez na Arábia Saudita. Mas muitos pesquisadores suspeitam que as florestas tropicais e sua biodiversidade gigantesca são o berço mais provável de novos patógenos perigosos.

Na selva amazônica estão cerca de 12% das 1.400 espécies de morcegos do mundo – conhecidas por hospedar muitos vírus – voam na floresta brasileira. Isso também vale para macacos e roedores que carregam muitas ameaças. E este cenário é cada vez mais exposto conforme o desmatamento, as queimadas, a construção de barragens hidrelétricas e a mineração avançam na região, colocando humanos e animais em contato.

No momento, o grupo da Fiocruz interrompeu a procura de novos vírus com potenciais pandêmicos, já que os laboratórios estão inteiramente focados em investigar desdobramentos envolvendo a covid-19.