Um medicamento utilizado no tratamento de câncer conseguiu expulsar o vírus HIV latente (adormecido) de células de pacientes que convivem com o patógeno que causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). O pembrolizumabe, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2017 para tratar câncer de bexiga, reverteu o processo de latência do HIV em células de pessoas com carga viral controlada, que não desenvolvem a doença.

A descoberta foi feita em pesquisa publicada na revista científica Sciente Translational Medicine, que contou com pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. O estudo mostra que, com a expulsão do vírus HIV do citoplasma, as células de defesa conseguiram identificar e eliminar o vírus latente.

+ Pesquisadores da Fiocruz analisam coinfecção por HIV e HTLV na Bahia
+ Descoberta nova variante mais virulenta e transmissível do HIV

Com isso, cientistas terão um novo campo para investigar as drogas com a capacidade de atacar células infectadas pelo vírus HIV, que é o principal desafio à criação de uma vacina contra a Aids.

A conclusão da pesquisa, contudo, diz que ainda é necessário mais investigação para determinar a dose ideal de pembrolizumabe para reverter a dormência do vírus HIV e restringir os efeitos colaterais do medicamento.

Dados da Organização das Nações Unias (ONU) de dezembro de 2021 apontam que 38 milhões de pessoas convivam, em todo o mundo, com o vírus HIV, que existe há 40 anos. No Brasil, em 2020, foram registrados 32.701 casos de HIV.