Um estudo feito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), em conjunto com a Universidade Tiradentes, identificou uma ligação entre a infecção causada pelo coronavírus e alterações neurológicas que geram paralisia no corpo, caso raro conhecido como síndrome de Guillain-Barré.

Os cientistas relataram que a síndrome tem sido associada à covid-19 “como resultado de uma resposta imune desregulada com danos em tecidos neuronais”. As evidências foram observadas após uma adolescente de 17 anos, de Sergipe, ter apresentado sintomas da covid em um primeiro momento, seguido do desenvolvimento da síndrome logo em seguida.

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O caso relatado no documento publicado no The Pediatric Infectious Disease Journal foi o primeiro de Guillain-Barré associado ao coronavírus e aponta que o vírus pode invadir o sistema nervoso e causar inflamação no nervo periférico.

A síndrome é uma doença rara em que o sistema imune ataca o sistema nervoso. Como é uma doença autoimune, demanda um tratamento especial, com troca de plasma, terapia da imunoglobulina e fisioterapia.

A garota sentiu dores na região lombar e fraqueza muscular oito dias após diarreia e febre. Nas 48 horas seguintes ela ficou sem conseguir andar e os exames identificaram infecção por covid-19, seguido pelo diagnóstico de Guillain-Barré. Ela voltou a andar, mas segue em trabalho de fisioterapia.

Em 2015, quando aconteceu o surto do zika vírus, alguns casos de Guillain-Barré chegaram a ser identificados como uma extensão da infecção do vírus.