Vários assessores do governo Boris Johnson alertaram neste sábado que é muito cedo para suspender o confinamento, dois dias antes de o Reino Unido aliviar as restrições impostas para combater a pandemia de coronavírus.

Os membros do comitê científico que assessora o executivo, o Grupo de Conselho Científico para Emergências (SAGE), alertaram para o risco de uma segunda onda de contágios, e o epidemiologista John Edmunds disse que relaxar as restrições é uma “decisão política”.

Outro cientista de destaque, Jeremy Farrar, diretor da instituição de pesquisa biomédica Wellcome Trust e membro do SAGE, afirmou no Twitter que o governo estava errado.

“A COVID-19 está se espalhando rápido demais para levantar o confinamento”, tuitou Farrar.

A Inglaterra começará a suspender as medidas de confinamento impostas em março a partir de segunda-feira, quando as escolas reabrirão parcialmente e serão permitidas reuniões de até seis pessoas.

No restante do Reino Unido, as escolas permanecerão fechadas.

Na Escócia, mais esportes ao ar livre serão permitidos, enquanto na Irlanda do Norte a reabertura de mais lojas e a celebração de casamentos ao ar livre serão autorizadas a partir de 8 de junho.

No País de Gales, as pessoas poderão se reunir nas vias públicas a partir de segunda-feira.

No total, cinco conselheiros do governo sobre a pandemia manifestaram preocupação em diminuir as restrições.

Alguns políticos, como os prefeitos de Londres e Manchester, seguiram a mesma linha.

O primeiro-ministro de Londres, Sadiq Khan, disse em uma mídia social que está “profundamente preocupado com o fato de estarmos correndo demais para suspender as medidas de confinamento”.

O executivo anunciou a saída gradual do confinamento na última quinta-feira, quando consultor científico do governo Patrick Vallance alertou que os dados “exigem cautela”.

Segundo dados oficiais, o Reino Unido registrou 38.376 mortes da COVID-19 até este sábado, o que representa um aumento de 215 mortes em 24 horas.