A administração de terceiras doses das vacinas contra a Covid-19 já era uma hipótese debatida há meses por especialistas e líderes políticos. No entanto, com a propagação rápida da variante Delta, tem aumentado a pressão sobre os governos para traçarem um novo plano de vacinação para os próximos meses, para que seja reforçada a imunização das populações.

A variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia, tem um grau de transmissibilidade mais elevado e está já presente em 92 países, como alertou a Organização Mundial de Saúde.

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Com a situação se agravando, cada vez mais vozes na comunidade científica pede aos líderes políticos que preparem a aquisição de mais vacinas para reforçar a imunização da população.

As dúvidas recaem agora sobre o tempo de imunidade e sobre se a eventual terceira dose deverá corresponder à marca da vacina administrada nas duas primeiras doses ou se deverá ser feito um reforço com outra marca, hipótese que já foi adiantada por alguns cientistas como sendo a mais eficaz para reforçar a resposta imunitária.

Há ainda a possibilidade de as farmacêuticas manipularem as vacinas existentes para as adaptarem às variantes novas, à semelhança do que é feito anualmente com o vírus da gripe.

Em maio, o Reino Unido deu início a um estudo que está analisando a administração de uma terceira dose de vacina diferente das duas primeiras. Os resultados, que incidiram sobre sete marcas de vacinas, deverão estar concluídos em setembro.

Até agora, as vacinas provaram ser resistentes a novas variantes, permanecendo amplamente eficazes na prevenção de Covid-19 grave para pessoas totalmente vacinadas. Uma análise da Public Health England, divulgada na segunda-feira (21), revelou que duas doses das vacinas Pfizer, BioNTech ou AstraZeneca foram altamente eficazes a evitar a hospitalização de doentes infetados com a variante Delta.