A imunologista Daniela Ferreira, que lidera o estudo com a vacina contra a covid-19 em Oxford na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, se diz otimista em relação à pesquisa. Ela projeta, inclusive, mais de uma vacina contra o coronavírus ainda este ano, indo na contramão de diversos cientistas que estão mais receosos quanto à disponibilização do imunizante até dezembro.

A vacina do centro britânico é considerada a mais avançada em andamento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e já está na fase 3 da testagem em humanos, a última etapa antes da liberação para distribuição em larga escala. São mais de 10 mil pessoas sendo submetidas a testes neste momento.

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“As pessoas falam que nem devemos usar a palavra esperança como cientista, mas eu tenho esperança e eu, como cientista, acho que vamos ter uma vacina antes do final do ano. Acho que mais de uma, na verdade”, disse a especialista em entrevista ao Fantástico.

A aposta neste imunizante é tão grande que, mesmo ainda longe de aprovação, o produto já está sendo produzido em larga escala. A vacina parte de estudos que já tinham sido feitos para a Síndrome Respiratória Aguda Grade (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), também causadas por coronavírus.

Por isso, a segurança da substância já havia sido parcialmente testada, o que permitiu que o processo fosse um pouco mais acelerado.

Em um vírus (adenovírus) atenuado da gripe comum de macacos é acrescentado um material genético semelhante ao de uma proteína específica do novo coronavírus, que é a maior responsável pela infecção. Assim, os especialistas esperam que a vacina induza à produção de anticorpos, tornando o organismo capaz de reconhecer o vírus no futuro, impedindo sua entrada.